Não é de hoje que a educação brasileira apresenta resultados abaixo do esperado em rankings internacionais. Os últimos dados do Pisa (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), prova aplicada em 81 países para avaliar o desempenho de alunos em matemática, leitura e ciências, acendem mais um alerta para o país.
Apesar de a pesquisa mostrar que, entre 2018 e 2022, os índices se mantiveram estáveis, o Brasil registrou notas muito abaixo das médias registradas pelos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Ou seja, os alunos brasileiros têm dificuldades nas três áreas avaliadas, o que prejudica toda a sociedade.
Isso porque esses estudantes terão mais dificuldades para ingressar no ensino superior, por exemplo. Consequentemente, será mais complicado se inserir no mercado de trabalho e ter uma renda média baixa.
Dificuldades dos alunos
Os resultados do Pisa mostram que o Brasil teve uma leve queda nas notas. A área mais afetada foi matemática, que caiu de 384 para 379 entre 2018 e 2022. A pontuação ficou abaixo da média mundial, que é de 489.
Além disso, os resultados mostram ainda que 70% dos estudantes brasileiros têm um desempenho em matemática abaixo do considerado básico para a idade. Segundo a avaliação, esses adolescentes não têm um nível de proficiência adequado para “participar plenamente da sociedade”. Ou seja, não conseguem usar os conceitos matemáticos para resolver problemas cotidianos.
O desempenho em leitura passou de 413 pontos, em 2018, para 410, em 2022. A média da OCDE é de 487. Além disso, metade dos estudantes brasileiros está no nível abaixo do básico em leitura, o que significa que eles têm dificuldade, por exemplo, de identificar informações explícitas em um texto.
O que explica o resultado ruim da educação brasileira
Especialistas em educação acreditam que o resultado no Pisa é reflexo de problemas estruturais da realidade brasileira, como a infraestrutura das instituições de ensino no país. Dados do IBGE mostram que 47% das escolas brasileiras não possuem saneamento básico. Quem dirá espaços como área verde, quadra de esporte, laboratório de ciências e acesso a internet.
A falta de infraestrutura está diretamente ligada ao baixo desempenho escolar. Além disso, também acentua as desigualdades sociais. A solução é óbvia: aumentar o investimento na estrutura das escolas. Mas isso exige um trabalho dos governos, que são quem gerem as instituições públicas.
Para superar esse desafio, é essencial criar estratégias atrativas para os estudantes. Além disso, é preciso acompanhar de perto estudantes com dificuldades de aprendizado durante essa etapa.
Apoio do Terceiro Setor
Para resolver essa questão, o Terceiro Setor pode apoiar a ação da gestão escolar. As organizações exercem um papel fundamental para o acompanhamento e incentivo ao aprendizado. No Instituto Ramacrisna, o Centro de Apoio Educacional Ramacrisna (CAER) oferece diversas oficinas para crianças e adolescentes no contraturno escolar, com foco no desenvolvimento integral dos estudantes.
Nesse projeto, as crianças recebem almoço e lanche diariamente, material escolar e vestuário. O objetivo é incentivar que elas se mantenham frequentes na escola, diminuindo a evasão escolar e o trabalho infantil. Para participar do CAER, as crianças devem estar matriculadas e frequentando a escola pública. Como resultado, o nível de escolaridade de crianças e adolescentes aumentou.
No CAER, os alunos contam com a Mesa Alfabetizadora Digital. O equipamento permite que os estudantes se familiarizem com a linguagem escrita, encaixando blocos coloridos em um grande painel eletrônico. À medida que são encaixadas, as letras são reconhecidas por um software especial e aparecem na tela do computador. Dessa forma, as crianças participam de atividades interativas, aprendendo a reconhecer o alfabeto, construir palavras, encontrar significados, descobrir acentos e interpretar textos.
A Mesa auxilia os alunos nas disciplinas de português e matemática, além de atividades que incluem fábulas, provérbios, cantigas de roda, trava-línguas, entre outras. Assim, um dos grandes desafios da alfabetização é acelerada, a criança refaz sua autoestima e amplia o processo de aprendizagem.
Outro equipamento é a Lousa Digital, conectada à internet. Por meio dela, os alunos aprendem português e matemática de forma lúdica e dinâmica.
O CAER ainda conta com atividades esportivas, como judô e xadrez. Essas oficinas ajudam a promover a atividade física e o lazer, proporcionando saúde e bem-estar. Além disso, favorece o desenvolvimento cognitivo e motor.
O Instituto Ramacrisna ainda conta com uma biblioteca de quase 200m² e um acervo de mais de 9 mil livros de literatura infanto-juvenil e adulto. Além de atender os alunos dos projetos do Instituto, os funcionários, a comunidade e os jovens de 12 municípios da região metropolitana de Belo Horizonte podem se beneficiar dos livros da biblioteca.
Apesar de boa parte das atividades estarem voltadas para as crianças, a biblioteca contém exemplares para todas as idades, proporcionando benefícios para todas as etapas de ensino.
Esses são só alguns projetos que já transformaram a realidade educacional em Betim, onde fica a sede do Ramacrisna. Conheça nosso trabalho e faça sua parte para melhorar a educação brasileira.