Quando o Ramacrisna surgiu, em 1959, o mundo era muito diferente do que é hoje. A capital do Brasil ainda era o Rio de Janeiro, e Brasília ainda estava em construção, por exemplo. Os computadores ainda eram máquinas enormes usadas nos setores de inteligência de governos. Os celulares e a internet ainda não existiam.
É nesse contexto que o professor, contador e jornalista Arlindo Corrêa da Silva resolveu levar oito meninos de rua para sua própria casa, em Belo Horizonte. Ele acreditava que a educação era o melhor caminho para prevenir problemas sociais. Para regularizar a situação, ele registrou a Organização Social em cartório, com o nome do filósofo indiano Sri Ramakrishna, ecumenista que viveu o século 19 e pregava o trabalho social como forma de transformação do ser humano.
No ano seguinte, o número de crianças atendidas já era maior, e a casa do professor não suportava. Foi então que ele contou com o apoio de amigos para comprar alguns lotes em Betim. Em 1960 foi iniciada a construção dos prédios e, em 1962, o primeiro local foi inaugurado, em 1964 o segundo prédio já estava em funcionamento. Até 1993, o espaço funcionava como um internato para meninos.
Desde então, as portas do Ramacrisna foram abertas para mais pessoas, por meio de parcerias com a prefeitura de Betim, empresas e outras organizações sociais, inclusive internacionais. Assim, foi possível potencializar suas ações nas áreas de alimentação a baixo custo, aumento do nível de escolaridade, capacitação profissional, cultura, esportes, inserção digital e assistência social.
Anos após o professor Arlindo levar oito meninos para casa, o Ramacrisna realizou mais de 105 mil atendimentos só em 2023. Em todos os 65 anos, foram mais de dois milhões de pessoas transformadas por pelo menos um dos projetos da organização.
Além disso, pelo sétimo ano consecutivo, o Ramacrisna conquistou um lugar no ranking das 100 melhores ONGs do país. Um reconhecimento pelo trabalho desenvolvido com transparência, ética, governança e prestação de contas.
50 anos da Biblioteca
Apesar de esse ser um grande motivo para comemorar, não é o último. Isso porque 2024 também marca os 50 anos da Biblioteca do Ramacrisna, nomeada Professor Arlindo Corrêa da Silva, em homenagem ao fundador do Instituto.
Há meio século, o local ajuda a ampliar o universo de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, abrindo as portas do mundo literário para eles. Com 194 m², a biblioteca possui um acervo de literatura infantojuvenil e adulta com mais de nove mil livros catalogados. Além de despertar o interesse na leitura dos alunos matriculados no Instituto, os funcionários e toda a comunidade de 13 municípios da região metropolitana de Belo Horizonte são atendidos pelo projeto.
Com um atendimento amplo e acessível para toda a comunidade, em 2023, a biblioteca realizou o empréstimo de 1.299 livros. Já no projeto Mala de Leitura, que leva a biblioteca para fora das paredes do Instituto, distribuiu quatro kits recheados de livros diversos, resultando no atendimento de 6.265 pessoas em Betim e cidades vizinhas.
Mas é preciso olhar para o futuro. O Ramacrisna deseja manter seu trabalho de excelência por muitos anos, ajudando ainda mais pessoas. Para isso, precisamos de sua colaboração. Entre em contato conosco e saiba como ajudar.