Grupos de apoio têm se tornado grandes aliados para as pessoas que convivem com portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA)
A próxima terça-feira, 02 de abril, é o Dia lnternacional de Conscientização sobre o Autismo, uma data importante para reflexão e aprendizado. De acordo com os dados do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) nos Estados Unidos, a cada 36 crianças, uma possui Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O TEA traz para todos os envolvidos muitas dúvidas, curiosidades, medos e outros sentimentos diante da interrogação que se forma ao se debater o tema. Na jornada diária de convivência com pessoas com o TEA, os grupos de apoio entre os membros das famílias criam espaços seguros para trocas de experiência e trazem o suporte necessário para enfrentarem os desafios diários.
E foi pensando em promover uma rede de apoio e de inclusão dos portadores do TEA que, por meio do Projeto CASA, que o Instituto Ramacrisna iniciou um grupo dedicado à preparação de pais e cuidadores de crianças com TEA. “Tivemos uma procura enorme das famílias e até de profissionais em Betim. É um modelo diferenciado, gratuito, que junta informação e acolhimento, e que dificilmente a população conseguiria por outra via.”, afirma a coordenadora do Polo 10 do projeto e Fisioterapeuta Especialista em Autismo, Ana Paola Menezes. Mãe atípica, as experiências de Ana, somadas às técnicas das psicólogas que atuam no Instituto, ajudaram a compor as aulas.
No grupo, Ana Paula Reinaldo, mãe atípica há 17 anos, encontrou o apoio que buscava há muito tempo. “Descobri que o meu filho era portador do TEA quando ele tinha quatro anos e, na época, eu não sabia o que era. Hoje, temos a chance de saber, estudar e ajudar outras famílias que também precisam”, conta.
Além da orientação dos profissionais que compõem a equipe, o curso oferece material de suporte para consulta e aborda desde conceitos básicos sobre o autismo até questões relacionadas a comorbidades, como síndromes genéticas. O sucesso do treinamento, a princípio temporário, foi tão grande que os participantes solicitaram sua continuidade. A próxima turma terá início em 08 de abril.
As aulas são ministradas no Polo 10 (Rua Joaquim Pereira, nº58, Angola, em Betim) com quatro turmas, em encontros de manhã e à tarde, às segundas e quintas-feiras. Para mais informações sobre inscrições, entre em contato pelo telefone: (31) 99619-4290.
*Mãe atípica é o termo utilizado para referenciar as mães das pessoas com TEA
Inclusão
No Instituto Ramacrisna, as ações de inclusão não se limitam às crianças, elas são trabalhadas em todas as fases da vida do indivíduo, isso também vale para os seus colaboradores e aprendizes – que compõem o programa Adolescente Aprendiz. Como é o caso do Matheus Resende, que descobriu ser portador do TEA há apenas um ano, durante a sua inserção no mercado de trabalho.
O diagnóstico tardio, aos 16 anos, trouxe muito medo e insegurança, mas também alívio. “Entender a minha condição me ajudou a traçar meios para lidar com os obstáculos que surgem no dia a dia. Sempre tive como propósito que uma limitação não te define. O que te define é a forma como você passa por cima dessa limitação e o Instituto Ramacrisna me ofereceu todo o apoio necessário para eu entender e me adaptar ao meu diagnóstico. Nunca senti que eu sou diferente. Aqui parece que eu estou em casa!”, conta.
Sobre o Projeto Casa
O Projeto CASA (Cultura, Assistência Social e Atividades Esportivas), uma iniciativa conjunta entre o Instituto Ramacrisna e a Prefeitura Municipal de Betim, foi concebido com o propósito de oferecer uma variedade de atividades e cursos gratuitos para os moradores de Betim. Distribuído em 24 pólos e abrangendo todas as 10 regiões da cidade, o projeto engloba uma variedade de atividades, incluindo esportes, artesanato, música e capacitação profissional.