Conseguir recursos para manter vivos os projetos é o desafio de toda instituição social e esperar que apenas as doações sejam suficientes para trilhar esse caminho costuma ser o erro cometido por muitas. Alcançar a autossustentabilidade no Terceiro Setor não é fácil, por isso vamos mostrar alguns caminhos possíveis para organizações que querem alcançar uma maior estabilidade financeira.
Incentivos fiscais, doações e patrocínios podem fazer parte do planejamento, mas ter uma fonte de renda independente permite que as ONGS não passem por situações emergenciais.
Para te ajudar a entender melhor esse universo, o Instituto Ramacrisna, referência nacional em autossustentabilidade no Terceiro Setor, traz um artigo sobre o assunto. Acompanhe!
O que é autossustentabilidade
No contexto em que estamos tratando, do Terceiro Setor, a autossustentabilidade, ou sustentabilidade econômica, diz respeito à capacidade das organizações sociais conseguirem se manter ativas com seus próprios recursos.
Significa captar renda suficiente para pagar suas despesas, promover transformação social e cumprir a missão estabelecida no próprio estatuto. Lojas virtuais ou de rua, eventos beneficentes ou empreendimentos, como a fábrica de Telas Ramacrisna, são algumas das possibilidades para as ONGs gerarem sua própria renda.
Vale lembrar que qualquer formato de geração de renda promovido por uma instituição com caráter social, deve ter um propósito conectado ao objetivo final da própria instituição.
É preciso ir além de ser apenas mais um negócio e atuar em concordância com a causa defendida. Além de se promover a conscientização do público sobre o objetivo final do que está sendo comercializado
Como desenvolver um projeto de autossustentabilidade no Terceiro Setor
Encontrar fontes alternativas de recursos para não depender diretamente de subsídios governamentais ou doações é um desafio que deve ser assumido com cautela.
Na hora de desenvolver um projeto, é preciso ter:
- Empreendedorismo: é preciso coragem e criatividade para se criar um negócio com objetivo, solução e inovação, focado em resultados positivos.
- Visão de negócio: ao iniciar um projeto desse porte, é necessário que a instituição se entenda como um negócio, que precisa de receita e lucro para sobreviver e cumprir seu papel, indo além da concepção de obra social ou filantrópica.
- Planejamento: para abrir uma empresa filantrópica, que gere recursos para sustentar obras sociais, é necessário se planejar financeiramente, captar recursos para o início, o fluxo de caixa e os pagamentos.
- Gestão: uma vez que o negócio estiver estruturado, é preciso gerenciá-la de forma profissional para que ela se torne uma fonte de recursos estável e não um problema para a organização. Por isso, é fundamental contar com profissionais capacitados e investir na formação da equipe.
Além disso, é preciso alinhar pontos chaves para que esse negócio dê certo. O primeiro passo é pesquisar sobre o assunto, trocando experiências e informações com outras entidades.
Desenvolver ou comercializar produtos ligados à ideologia da organização, buscar parceiros e propiciar a participação de apoiadores no projeto, minimizando a dependência dos mesmos, também é essencial.
Telas Ramacrisna
Em operação desde 1975, a fábrica Telas Ramacrisna nasceu como um projeto voltado para dar autossustentabilidade ao Instituto Ramacrisna. Com uma matriz em Betim e uma unidade para comercialização em Belo Horizonte, o negócio é considerado referência em todo país.
O espaço, idealizado pelo fundador da instituição, o jornalista paraibano Arlindo Corrêa da Silva, começou oferecendo produtos a fazendeiros e granjeiros da área próxima à instituição.
Hoje, é conceituada por sua qualidade e excelência, tendo como matéria-prima produtos da Belgo Bekaert e um padrão de segurança rígido para seus funcionários.
Por lá, a fábrica produz cercas para alambrado de campos esportivos, canis, indústrias, sítios e fazendas, telas específicas para piscicultura e avicultura, além de telas revestidas em PVC. Tudo isso com soluções sob medida para as qualquer necessidade de cercamento.
O Ramacrisna e a autossustentabilidade no Terceiro Setor
A fábrica de telas conta, atualmente, com 20 funcionários, sendo 3 na área de entrega, 4 na parte administrativa e comercial e 13 na produção.
De acordo com Octávio Figueiredo, gerente da fábrica e ex-aluno do Ramacrisna, o negócio contribui para o funcionamento da organização e geração de recursos para os projetos sociais do Instituto, ajudando milhares de crianças, jovens e adultos.
Todo lucro obtido pela venda de telas, cercas e alambrados é destinado ao setor social do Ramacrisna. Isso permite que 40% das despesas básicas da organização sejam cobertas pela fábrica.
A cada R$ 100 em vendas, aproximadamente, R$ 23 são destinados para o Ramacrisna. A soma deste valor, que em 2020 chegou a R$ 2 milhões, permite que o instituto realize cerca de 23 mil atendimentos por ano. Seja por meio de ações sociais para a comunidade, cursos, eventos ou oficinas.
Laços sociais e a geração de emprego
Além da aplicação em recursos, a fábrica de telas também atua gerando emprego para os moradores do entorno e alunos da instituição.
Octávio, que trabalha na fábrica há três anos, é um dos exemplos. O jovem conta que faz parte do Ramacrisna desde seus 17 anos. Tudo isso por conta do seu pai, que foi criado no instituto, na época em que ainda era um internato.
Ao sair do espaço, o patriarca da família fez questão de continuar próximo à organização e seu filho acabou crescendo próximo a instituição. Antes de assumir a gerência da fábrica, o jovem participou de ações e cursos do Ramacrisna.
Está precisando de telas ou produtos similares para seu negócio ou residência? Conte com a Telas Ramacrisna! Além de ser referência na fabricação e na venda de telas sob medida, o negócio transforma vidas.