Projeto Viva o Esporte oferece aulas voltadas para pessoas com deficiência
O esporte para pessoas com deficiência ganha os holofotes no mundo inteiro nas Paralimpíadas. Mas, além das medalhas, as práticas esportivas têm um papel fundamental na inclusão e no desenvolvimento de pessoas com diversos tipos de deficiência, como física, motora e intelectual.
No projeto Viva o Esporte, uma parceria do Instituto Ramacrisna e a Prefeitura de Betim, essa missão é levada a sério. Atualmente, o projeto atende 178 alunos, entre crianças e adolescentes, que possuem diferentes tipos de deficiências, como deficiência intelectual, TDAH, epilepsia, esclerose sistêmica, síndrome de Down, autismo, esquizofrenia e transtorno de oposição, por exemplo.
As atividades são adaptadas e com foco nos atletas amadores e profissionais. A seguir, conheça mais da iniciativa.
Esporte para pessoas com deficiência
O Viva o Esporte busca proporcionar não somente a vivência do esporte para pessoas com deficiência. Mas também criar um espaço onde os alunos possam desenvolver suas habilidades motoras e sociais, promovendo uma melhor qualidade de vida. Assim, para muitos desses jovens, o esporte é uma ferramenta poderosa de superação e crescimento, permitindo-lhes alcançar marcos que antes pareciam impossíveis.
Ou seja, a palavra-chave do projeto é a inclusão. Isso se reflete na variedade de atividades oferecidas, que vão desde modalidades convencionais, adaptadas para as necessidades específicas de cada aluno, até competições de alto nível.
O programa inclui turmas específicas para aqueles que têm dificuldades em se integrar em atividades convencionais. Por exemplo, há turmas de futsal para alunos com deficiência intelectual, além de classes de atividade física adaptada, hidroginástica e atletismo. O planejamento das atividades busca atender às necessidades individuais de cada aluno, garantindo que todos possam participar e se beneficiar do esporte.
Além das aulas diárias, vários desses alunos têm se destacado em competições nacionais e internacionais. Nas Paralimpíadas, por exemplo, alguns atletas do projeto estão entre os oito melhores do Brasil em suas categorias. Uma delas é a atleta Rayssa Mendonça, que possui síndrome de Down e conquistou medalhas de ouro e bronze no Virtus Global Games, a maior competição mundial voltada para atletas com deficiência intelectual. Em 2024, ela brilhou novamente no Mundial de Atletismo Down na Turquia, levando o ouro no arremesso de dardos.
Outros atletas, como Brunielle Torres e Lucas Vince, ambos com síndrome de Down, também têm se destacado em grandes competições, representando o Ramacrisna e o Brasil com grande orgulho. Esses resultados são fruto de um trabalho contínuo e dedicado, que envolve não apenas a prática esportiva, mas também o desenvolvimento de um ambiente inclusivo e acolhedor.
Trabalho contínuo
O esporte para pessoas com deficiência é regulamentado por instituições como o IPC (Comitê Paralímpico Internacional), que define quais tipos de deficiências são elegíveis para participar de competições como os Jogos Paralímpicos. No entanto, o projeto Viva o Esporte vai além dessas categorias, trabalhando também com outras instituições como a Special Olympics e a Confederação Brasileira de Desportos Intelectuais (CBDI), que têm uma abordagem mais inclusiva, permitindo a participação de alunos com diferentes graus de comprometimento.
A equipe de treinamento do projeto trabalha intensamente, com treinos diários de segunda a sexta-feira, enquanto as turmas das escolinhas têm aulas duas vezes por semana. Esse esforço constante tem rendido frutos, com alunos se destacando em competições diversas, desde o nível escolar até o internacional.
O impacto do Viva o Esporte vai muito além das medalhas. Para muitos desses alunos, o esporte representa a conquista de habilidades motoras que não tiveram a chance de desenvolver durante a infância. Cada avanço, cada novo movimento aprendido é um passo em direção a uma vida mais independente e plena. Os educadores têm um profundo sentimento de gratidão em poder compartilhar conhecimentos e testemunhar o crescimento desses jovens. O esporte, assim, se torna uma poderosa ferramenta de transformação, promovendo não apenas a inclusão, mas também a construção de um futuro melhor para todos.
Vinícius Lima é um dos instrutores do projeto. Ele acompanha de perto as atividades do atletismo para pessoas com deficiência. “Eu só tenho muita gratidão em poder compartilhar conhecimentos e acompanhar o desenvolvimento deles. Esse público, em geral, não teve incentivo motor durante anos, então cada ganho pode fazer com que a qualidade de vida deles melhore”, afirma.
Conheça o Ramacrisna
Há 65 anos, o Instituto Ramacrisna trabalha para melhorar a vida de milhões de pessoas em vulnerabilidade social moradoras de 12 cidades da Grande BH. Os projetos incluem opções saudáveis, seguras e gratuitas de lazer, esporte, cultura, educação, profissionalização e inserção no mercado de trabalho.
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