Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a alfabetização infantil deve ocorrer até, no máximo, o 2º ano do Ensino Fundamental I. Ou seja, esse deve ser o prazo máximo para o aprendizado, que continua no 3º ano, com lições de ortografia e gramática.
Além disso, a meta cinco do Plano Nacional de Educação prevê que, até 2024, a alfabetização infantil seja universal. Isso quer dizer, que todas as crianças devem ser alfabetizadas até o final do terceiro ano do Ensino Fundamental. Vale lembrar que, idealmente, crianças matriculadas nessa etapa da educação têm por volta de 8 anos.
Mas, segundo um levantamento feito pela ONG Todos pela Educação, vai ser difícil cumprir essa meta. Isso porque o número de crianças, entre 6 e 7 anos, que não sabem ler e escrever, quase dobrou entre 2020 e 2021. Isso incluindo as matriculadas em escolas públicas e particulares.
Assim, o estudo mostra que o índice saltou de 25% para 40,8%. Na prática, a cada cinco crianças nessa faixa etária, duas não estão alfabetizadas como deveriam.
Entre as causas para esse atraso na alfabetização infantil está a pandemia de covid-19. Com a suspensão das aulas presenciais, muitas crianças não conseguiram assimilar o conteúdo das lições remotas. Além disso, boa parte delas não tinha acesso à tecnologia para assistir às aulas. E em 2023, a situação ainda não voltou ao patamar pré-pandemia.
O déficit na alfabetização infantil não prejudica apenas a aprendizagem do português, mas de todas as outras áreas do conhecimento. Além disso, saber ler e escrever é essencial para o desenvolvimento social e humano dos estudantes.
Como melhorar a alfabetização infantil?
Para contornar a situação, será preciso um esforço conjunto entre governos, famílias e Organizações da Sociedade Civil (OSCs).
Com o retorno das aulas presenciais, os governos precisam criar políticas públicas de reforço escolar e melhoria do aprendizado. Algumas iniciativas como a Política Nacional de Alfabetização, lançada em 2019, pelo Ministério da Educação, necessitam ser ampliadas e reforçadas. Só assim conseguiremos mudar essa realidade.
Os pais e responsáveis têm de incentivar a vida escolar e acompanhar as dificuldades de aprendizagem. Já as OSCs podem criar projetos focados na alfabetização infantil. Por exemplo, aulas no contraturno escolar e atividades que exploram o lúdico e o tecnológico, para despertar o interesse das crianças e facilitar o processo de aprendizado.
Ações de Alfabetização infantil no Ramacrisna
O Instituto Ramacrisna acredita na importância da educação infantil para o desenvolvimento pessoal, cognitivo e profissional de jovens e crianças. Por isso, alunos de 6 a 13 anos podem utilizar nossa Mesa Alfabetizadora Digital.
Esse é um recurso didático inovador no processo de alfabetização infantil. Através dele, as crianças se familiarizam com a linguagem escrita, encaixando blocos coloridos em um grande painel eletrônico. À medida que são encaixadas, as letras são reconhecidas por um software especial e aparecem na tela do computador.
Dessa forma, com atividades interativas, elas aprendem a reconhecer o alfabeto. Além disso conseguem construir palavras, encontrar significados, descobrir acentos e interpretar textos. A Mesa ajuda os alunos nas disciplinas de português e matemática. A iniciativa também inclui outras atividades como fábulas, provérbios, cantigas de roda e trava-língua. Dessa forma, a criança se aproxima do mundo das letras, refaz sua autoestima e amplia o processo de aprendizagem.
A coordenadora da Biblioteca Ramacrisna, Cleide Moura, e a responsável pela Mesa Alfabetizadora, Edilene Lemos, explicam que os recursos da mesa atraem e despertam o interesse das crianças. Sendo, assim, extremamente importante para esse momento.
“Com a pandemia da covid-19, muitas crianças ficaram prejudicadas e atrasadas com a leitura e escrita. Então, o uso da mesa vem de encontro a essa dificuldade, a fim de diminuir essa defasagem”, destacam. E mesmo com a volta à normalidade, ela segue sendo fundamental.
Saiba mais sobre o Instituto Ramacrisna
O Instituto Ramacrisna foi criado há mais de 64 anos e atende a 13 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Entre suas iniciativas, estão projetos de aprendizagem, profissionalização, cultura, trabalho e renda, tecnologia e esporte e lazer. Sempre voltados para comunidades em vulnerabilidade social.
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