Em 2023, 27,6% dos lares brasileiros (cerca de 21,6 milhões de domicílios) viviam alguma forma de insegurança alimentar: 18,2% enfrentavam insegurança leve, 5,3% moderada e 4,1% severa.
Isso representa uma queda expressiva na fome severa, de 8% em 2022 para apenas 1,2% da população em 2023, redução de 85%, o que significa que aproximadamente 14,7 milhões de pessoas deixaram de passar fome.
Segundo o relatório da FAO (SOFI 2024), a média da desnutrição no Brasil no triênio 2022–2024 ficou em 3,9%. Para sair definitivamente do mapa da fome da ONU, é necessário atingir menos de 2,5%.
A insegurança alimentar é classificada em três níveis, conforme a gravidade da restrição alimentar vivida:
Insegurança alimentar leve: quando há preocupação constante com a possibilidade de faltar comida no futuro. Nesse nível, as pessoas ainda têm acesso a alimentos, mas já percebem uma queda na qualidade da alimentação.
Insegurança alimentar moderada: quando há necessidade de reduzir a quantidade ou a variedade dos alimentos por falta de recursos. As famílias deixam de consumir itens básicos e saudáveis com regularidade.
Insegurança alimentar grave: quando ocorre a fome de fato. Famílias passam um ou mais dias inteiros sem comer, comprometendo seriamente a saúde e a qualidade de vida.
Segundo dados da Rede PENSSAN, em 2022, 21,1 milhões de brasileiros viviam em situação de fome, o equivalente a 10% da população em insegurança alimentar grave.
A segurança alimentar vai além da simples presença de alimentos. Ela se baseia em três pilares essenciais:
Disponibilidade: alimentos em quantidade suficiente para todos.
Acesso: condições econômicas e físicas para que a população possa obter esses alimentos.
Consumo adequado: qualidade nutricional e diversidade alimentar que garantam uma vida saudável.
Portanto, não basta apenas comer: é preciso comer bem, com regularidade e de forma sustentável.
Garantir a segurança alimentar passa por uma série de ações conjuntas entre governos, empresas e a sociedade civil. Algumas das principais estratégias incluem:
Promover uma agricultura que respeite o meio ambiente, seja economicamente viável e socialmente justa é o primeiro passo. Iniciativas como o uso consciente de defensivos agrícolas, tecnologias de irrigação eficiente e a valorização da agricultura familiar são fundamentais.
A população precisa ter acesso a alimentos frescos, variados e nutritivos. Isso envolve políticas públicas de abastecimento, incentivo a hortas comunitárias, apoio a mercados locais e combate ao desperdício de alimentos.
Campanhas educativas sobre alimentação saudável ajudam a mudar hábitos, especialmente entre crianças e adolescentes. Escolas, empresas e instituições podem promover programas voltados à reeducação alimentar.
Distribuição de cestas básicas, fornecimento de refeições e transferência de renda são essenciais para famílias em situação de vulnerabilidade.
Um bom exemplo de ação prática é o trabalho do Instituto Ramacrisna, que atua em Betim, Minas Gerais. Em 2024, a instituição ofereceu mais de 88 mil refeições e 64 mil lanches para crianças e jovens. Parte destes alimentos vem do programa Mesa Brasil do SESC, que ajuda a complementar as refeições oferecidas e também distribui kits para as famílias atendidas.
Além disso, o Instituto distribuiu, com apoio da Prefeitura de Betim, quase 5 milhões de refeições nos Restaurantes Populares e rede de saúde da cidade. Por meio do Banco de Alimentos, também em parceria com a prefeitura da cidade, mais de 100 toneladas de alimentos foram distribuídos.
As empresas, assim como indivíduos e governos, têm um papel fundamental na construção de um país mais justo e saudável.
Seja por meio de doações, parcerias com instituições sérias ou projetos internos de responsabilidade social, é possível contribuir diretamente para reduzir a fome no Brasil.
A sua empresa pode transformar realidades. Faça parte dessa causa. Apoie projetos, incentive ações e leve alimentos a quem mais precisa.