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19 de novembro de 2021

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Como o racismo estrutural prejudica a inserção de pessoas negras no mercado de trabalho?

Racismo é o preconceito ou discriminação a uma pessoa ou a um grupo que faz parte de uma minoria étnica ou racial. Ele pode ser praticado de forma direta, por meio de agressões físicas e verbais, acusações e até ser seguido numa loja, por exemplo,

Mas o racismo vai além de agressões físicas e verbais. Muitas vezes, o preconceito se dá de forma enraizada na sociedade. Esses casos, chamados de racismo estrutural, trazem diversos prejuízos para as pessoas negras, incluindo a dificuldade a ocupar postos de destaque no mercado de trabalho.

No Brasil e em vários outros países, o racismo favorece os brancos e prejudica os pretos, pardos e indígenas

Nesse dia da Consciência Negra, entenda como o preconceito racial afeta pessoas pretas e pardas e como minimizar esses impactos negativos.

Mas o que é o dia da Consciência Negra?

Antes de mais nada, precisamos saber porque foi criado o dia da Consciência Negra. A data, comemorada no dia 20 de novembro, celebra a cultura afro-brasileira e conscientiza sobre a resistência, a luta e o sofrimento da população negra.

A data remete à história do Brasil. Durante o período colonial, quase 5 milhões de africanos foram escravizados no país, em condições de vida precárias e sem direitos básicos. O dia 20 de novembro foi escolhido por ser a data da morte de Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes quilombolas do país e um símbolo da resistência negra

A abolição da escravidão, em 1888, não aboliu as diferenças entre negros e brancos. Sem políticas públicas de trabalho, moradia, saúde e educação, os recém-libertos lutavam mais uma vez para sobreviver: casas sem estrutura, baixa escolaridade e piores postos de trabalho.

É daí que vem os problemas do racismo estrutural que tem impacto na vida de pessoas pretas e pardas até hoje e que vamos abordar agora.

Racismo estrutural e desemprego

De acordo com o IBGE, 14,1% dos brasileiros economicamente ativos estão desempregados, o que corresponde a 14,4 milhões de pessoas. Mas essa proporção é ainda maior entre os negros. Segundo o IBGE, um a cada cinco brasileiros negros economicamente ativos estão sem emprego

Essa diferença se acentuou durante a pandemia, mas a desigualdade já era uma realidade no país. Uma análise feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou como as desigualdades associadas a sexo, raça/cor e idades no mercado de trabalho foram afetadas pela crise de 2020. 

A pesquisa mostrou que os grupos populacionais mais vulneráveis foram os mais atingidos. De acordo com a pesquisa, esse é o caso das mulheres, dos negros e dos jovens. 

Em relação à raça, o fosso entre brancos e não brancos aumentou. Antes da pandemia, em 2015, a diferença na proporção de ocupados entre negros e brancos correspondia a 2,4 pontos percentuais e subiu para 5,3 pontos percentuais, em 2020. 

No caso dos negros, a taxa de ocupação passou de 55,1%, em 2015, para 45,9%, em 2020. Enquanto, no caso dos brancos, o percentual também caiu: de 57,5%, em 2015, para 51,2%, em 2020. 

Além disso, o estudo comprova que houve aumento tanto na transição para desemprego e/ou inatividade quanto a redução na entrada para ocupação de forma mais intensa para os negros em 2020.

Comando das empresas

Mas o racismo estrutural não se reflete apenas na dificuldade para estar empregado. Dentro das empresas, as pessoas negras têm sub representação nos altos cargos: menos de 5%.

O dado é de pesquisa feita pela consultoria Talenses em parceria com o Insper. Ainda de acordo com o estudo, nas empresas chefiadas por homens, 95% têm um presidente branco. Os negros são 0,3% e os pardos 2,2%.

Nas comandadas por mulheres, são 98% de dirigentes brancas e 1,9% de negras

Entre as razões para essas desigualdades está a menor escolaridade de pretos e pardos – mais de 1 ano de diferença dos brancos. Por isso, são necessárias ações de inclusão e de permanência de pessoas negras nas escolas e cursos de formação profissional.

Dessa forma, no Instituto Ramacrisna, crianças, jovens e adultos negros  recebem acolhimento e educação de qualidade para poder reduzir as desigualdades e ter mais oportunidades no mercado de trabalho.

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

O Instituto Ramacrisna acredita que dar novas oportunidades para pessoas em vulnerabilidade contribui para a diminuição do racismo e para a melhoria de toda a comunidade.

Por isso, nossos alunos, empresas parceiras e pessoas ao entorno relacionaram nosso trabalho com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável relacionados à:

  • 10 – Redução de desigualdades
  • 4 – Educação de qualidade
  • 8 – Trabalho decente e crescimento econômico

Nesse mês da Consciência Negra, contribua para combater o racismo estrutural e diminuir as desigualdades sociais. Conheça nossos projetos e faça sua doação. 

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