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Ao longo da história, tranças e penteados se tornaram marcas de resistência
Mais do que uma marca estética, os cabelos crespos são tema importante na construção da identidade de pessoas negras. Isso porque os fios são uma ferramenta política e de luta. Durante muito tempo, vários comportamentos sociais desvalorizaram corpos negros e características importantes, como sua cultura, seus traços e sua beleza.
Por isso, grupos anti-racistas começaram um movimento de resistência, valorizando os cabelos crespos e as tranças tradicionais, além de empoderar homens e mulheres a ver como belo suas características.
A seguir, conheça história dos cabelos e tranças tradicionais:
O chamado black power se caracteriza pelo penteado volumoso e arredondado, com os fios formando uma coroa sobre a cabeça. Na década de 1960, o penteado se tornou um dos principais símbolos dos grupos que lutavam pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, que sofriam com a segragação racial no país.
Os Panteras Negras eram um deles. Entre as pautas estava a aceitação da beleza negra e tinham nos cabelos uma representação da luta por direitos iguais, com o lema “Black is beautiful”.
No Brasil, os cabelos ficaram mais populares a partir dos anos 1970, quando os fios passaram a ser vistos como algo bom na experiência racial. Assim, a estética acabou com a imposição de cabelo curto para os homens e alisamentos para as mulheres.
As tranças advindas da cultura africana têm uma ligação com a ancestralidade e um símbolo de sobrevivência durante o período de escravidão. Isso porque, muitas vezes, o cabelo era trançado como um mapa com caminhos para os quilombos. Além disso, nas tranças eram guardadas sementes para serem plantadas nesses refúgios.
Os penteados, além da questão simbólica, interferem na autoestima, segurança e identidade de mulheres negras. Em países africanos, tranças tinham diversos significados, como posição social, status, etnia e crença, por exemplo.
O Instituto Ramacrisna, através do projeto Construindo o Futuro VI – realizado em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, oferta para jovens e adultos, com idade entre 16 e 45 anos, o curso de trancista. Assim, se abre a possibilidade de atuação r no mercado de beleza voltado para a cultura afro-brasileira, cada vez mais em expansão.
Nas aulas, são abordados processos de trabalho e técnicas de tranças, além de métodos de como organizar o ambiente e a precificação. Para participar, é preciso ter o ensino fundamental completo e ser aprovado no processo seletivo. O curso é presencial, possui a carga horária de 32 horas/aula e está disponível para moradores das cidades de Betim (bairros Petrovale e Imbiruçu), Ibirité e Sarzedo (confira os bairros contemplados). . Conheça mais da iniciativa e entre em contato para mais informações.