Contação de histórias: conheça as técnicas de quem dá vida aos livros
A contação de histórias vem de muito tempo atrás. Quem não se lembra de ouvir um causo e até mesmo uma historinha para dormir?
Essa ferramenta pode despertar nossos sentidos, emoções e até mesmo o interesse pelas histórias. Mas se engana quem acha que a contação é a mesma coisa que ler um livro. Tem muito trabalho e técnica antes de narrar uma história.
No blogpost de hoje, você descobre um pouco mais sobre essa arte.
Antes da contação de histórias
“Para fazer a contação, tem todo um preparo antes”, adianta Cleide Moura. Ela é coordenadora da Biblioteca do Ramacrisna e faz contações de histórias para os alunos do Instituto.
Antes de narrar uma história, é preciso conhecer o público. Isso porque permite direcionar os temas, escolher um livro adequado para a faixa etária e até pensar em figurino e acessórios.
Cleide conta que a caracterização ajuda a prender a atenção da criança. Para isso, não é necessário um figurino temático que combine com o tema do livro. “Pode ser um chapéu diferente, uma saia rodada, alguma coisa que saia da rotina, para tornar o momento ainda mais especial”, detalha.
Para a contação de história, é possível utilizar vários acessórios, como instrumentos musicais e fantoches. Mas o único que Cleide considera obrigatório é o livro.
“Ter o livro é fundamental. Mesmo que eu não esteja lendo, eu gosto de mostrar que o livro mostra a história que eu estou contando”, afirma.
Isso porque a contação pode ser bem simples, para um grupo pequeno ou grande. Nesses casos, a técnica é ler a história mostrando o livro, mesmo sem caracterização.
Dando vida às histórias
Antes de mais nada, para a contação de histórias é preciso estudar a narrativa, o que considera mais importante e como pretende contá-la.
Outra técnica é colocar músicas intercalando a contação. Porque isso, além de animar, também chama atenção da criança – e os pequenos adoram. “A história e a música são artes que se completam totalmente. E, quando não é para criança, é o mesmo efeito para os adultos. Até arrepia na hora e tem música que casa muito bem com a história”, relata Cleide.
Antes e durante a contação, também é possível fazer brincadeiras com as crianças, mostrar o livro, perguntar se alguém já conhece a história. Dessa forma, além de interagir com a história, também valoriza a leitura da criança.
Contação online
Mas, até agora, só abordamos a contação de histórias presencial. Por conta da pandemia, as contações do projeto Construindo o Futuro estão sendo gravadas, publicadas no canal do Ramacrisna e enviadas pelo whatsapp para as famílias das crianças matriculadas nas creches parceiras do projeto.
Além disso, foram realizadas três lives para o público infantil com contação de histórias, sarau de poesias e criação de brinquedos. Nana é a responsável pelas gravações e conta as principais diferenças.
“No presencial, você vê a criança interagir, o olhinho brilhando. E, nas lives, não tem isso. Você tem que fazer com a mesma energia para entregar um trabalho de qualidade, mas não dá para saber se a criança está interagindo com você. Então, no começo, eu achava meio frustrante. Mas depois eu fui acostumando”, afirma.
Confira uma das histórias que já foram contadas nas lives do projeto Construindo o Futuro.
A contadora ainda destaca que a contação incentiva a leitura das crianças, mas não é só isso.
“Mesmo que a criança não saiba ler, é interessante incentivá-la a gostar de livros, de histórias e a acreditar no lúdico. No mundo das histórias tudo pode: árvore fala, bicho fala, casa fala. E isso para a criança é muito potente. Quando ela é estimulada dessa forma, ela se torna um adulto muito mais confiante e criativo”
Mala de leitura
Além das contações presenciais na biblioteca, a gravação dos vídeos e as lives, elas também ocorrem durante a entrega da Mala de Leitura. Esse projeto consiste em uma mala com, aproximadamente, 40 livros e se transforma em uma estante quando é aberta.
A biblioteca itinerante visita e incentiva a leitura nas instituições que não possuem nenhum tipo de acervo, como escolas públicas e creches comunitárias. A entrega da Mala é marcada por festa, com apresentação de peça teatral, baseada em livros que compõem a mala.
O projeto Mala de Leitura foi iniciado em 2010 e até agora já foram entregues 95 malas nas cidades de Betim, Mateus Leme, Esmeraldas, Juatuba e Belo Horizonte.
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