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12 de julho de 2024

Doações|ESG

Férias escolares causam impacto na alimentação de crianças em situação de vulnerabilidade

O curto período de 15 dias é suficiente para causar desnutrição infantil; Instituições sociais têm sido alternativa para muitas famílias

Com o início das férias escolares, milhares de crianças em situação de vulnerabilidade enfrentam um desafio adicional: a incerteza sobre a próxima refeição. Para muitos, a merenda escolar não é apenas uma fonte de nutrição, mas também a garantia de uma alimentação digna. Com o fechamento das escolas durante o período de recesso, essa segurança é interrompida, deixando muitas famílias preocupadas com o que seus filhos vão comer durante os dias sem aula.

Um projeto de lei já tramita no congresso para tentar trazer mais alento e segurança a estas famílias. Trata-se do Projeto 3.241/2023, que propõe a ampliação do fornecimento da merenda escolar aos finais de semana e em períodos de férias.

Marta Malaquias, nutricionista do Instituto Ramacrisna, alerta sobre os impactos da falta de alimentação adequada durante este período: “As férias escolares podem ter um efeito significativo na alimentação infantil, especialmente em famílias em situação de vulnerabilidade. Durante o período letivo, muitas crianças têm acesso a refeições gratuitas ou subsidiadas através de programas de merenda escolar, que garantem uma fonte de nutrição regular e balanceada. Quando as escolas fecham para as férias, essas crianças perdem essa fonte essencial de alimentos, o que pode agravar problemas de saúde como desnutrição, anemia e estresse, além de afetar o bem-estar geral delas. Parece pouco, mas 15 dias sem uma alimentação adequada é suficiente para causar desnutrição em uma criança”, explica.

Mas enquanto o amparo legal não chega, iniciativas como a do Instituto Ramacrisna, em Betim, traz afago às famílias. É que para mitigar esses riscos, a Instituição não fecha suas portas nas férias e continua fornecendo refeições diárias durante o período para os alunos. “Nós entendemos que nosso papel vai além da educação, esporte e cultura. É um dever moral proporcionar segurança alimentar para as crianças de nossa comunidade”, afirma Solange Bottaro, vice-presidente do Instituto Ramacrisna, destacando o compromisso da instituição com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o ODS 2 – Fome Zero.

E para instigar a presença da garotada, uma animada colônia de férias é realizada com os alunos. Repleta de atividades educativas e recreativas como jogos, esportes, cinema e brincadeiras, essa iniciativa não apenas alimenta o corpo, mas também nutre a mente e o espírito das crianças, fortalecendo sua resiliência e senso de comunidade. Nesta edição, a colônia abordará um diferente tema a cada semana: super-heróis; profissões – com oficinas de veterinários e biólogos mirins, por meio de uma parceria com a Superintendência de Proteção Animal da Cidade, nutricionistas mirins, com oficinas ministradas pela nutricionista do Ramacrisna, jogadores de futebol e mini chefs. A última semana terá como tema a animação Divertida Mente, onde serão trabalhadas as emoções das crianças.

As atividades se iniciam no dia 15 e vão até o final do período de férias escolares. Para Marinalva Rocha, mãe dos alunos Thailler e Thaila, a iniciativa ajuda não apenas na garantia da alimentação das crianças, mas também apoio e segurança para que os pais possam trabalhar durante este período, pois muitos não têm com quem deixar os filhos. “Essa iniciativa do Instituto nos ajuda muito. Eu e meu esposo trabalhamos fora e não temos com quem deixar os meninos nesse período, se não fosse a colônia de férias não sei como faríamos. Eles terão ainda a oportunidade de ficar lá em tempo integral. E tem a alimentação também, que muitas vezes a gente não consegue manter uma alimentação adequada igual à que eles têm lá, ainda mais nessa idade que gastam tanta energia, é difícil para muitas famílias”, relata.

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