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29 de dezembro de 2022

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Por dentro do Ramacrisna: conheça a história de Gilberto Mendes

A trajetória pessoal de Gilberto Mendes e a do Ramacrisna se confundem. Porque ele tinha apenas 14 anos quando foi beneficiado, pela primeira vez, pela organização. Isso aconteceu cinco anos depois de um acidente que sofreu que o fez mudar definitivamente para o Instituto.

Hoje, depois de adulto, ele segue fazendo parte do Ramacrisna: ele integra o Conselho Deliberativo que dirige o Instituto, a convite do professor Arlindo Corrêa da Silva, fundador do Ramacrisna. 

A seguir, você conhece essa história.

Ramacrisna é acolhimento

Aos nove anos de idade, Gilberto trabalhava em um forno de carvoaria, na cidade de Felixlândia, na região central de Minas Gerais, quando sofreu um acidente em uma linha de transmissão elétrica. Foi então que ele perdeu um braço e uma perna, além de ter passado cinco anos em um hospital de Belo Horizonte onde chegou a ser desacreditado pelos médicos.

Mas ele resistiu e, quando recebeu alta, a família percebeu que, por ter uma deficiência, ele não teria condições de viver na zona rural. Então, ao saber da história, o professor Arlindo Corrêa da Silva o convidou para morar na então Missão Ramacrisna.

Gilberto era um dos 70 meninos que moravam no local, recebiam alimentação e educação. Além dos estudos, ele fazia ioga e meditação. Com o passar do tempo, começou a realizar tarefas dentro do Ramacrisna, como varrer passeios e cuidar do almoxarifado. 

“O professor Arlindo me encorajava, via minha capacidade. E eu pude me desenvolver no Instituto. Hoje, eu enxergo que naqueles momentos em que eu tinha essas tarefas, eu estava sendo preparado para os processos do mercado de trabalho que eu viria a enfrentar”, lembra. Ao longo dos anos, Gilberto se tornou o responsável pela fábrica de macarrão.

“A determinação, empenho e coragem de Gilberto, sempre incentivado pelo Prof. Arlindo, fez com que ele superasse todas as dificuldades, tornando-se exemplo para todas as crianças que conviviam com ele”, afirma Solange Bottaro. 

A vontade de trabalhar era tão grande, que ele chegou a querer desistir dos estudos, aos 16 anos. Mas um conselho que ele recebeu da vice-presidente do Ramacrisna, Solange Bottaro, o fez mudar de ideia. “Ela me perguntou o que eu ia fazer se parasse de estudar, como ia trabalhar se não tivesse uma base. E, se eu tivesse parado, eu não teria feito o concurso e teria passado”, destaca. Assim, Gilberto passou em um concurso da CEMIG, onde trabalhou por vários anos até se aposentar.

Cuidando das próximas gerações

Gilberto já era um homem adulto, tinha sua casa, seu emprego e resolveu que era hora de constituir uma família. Então, ele se casou com Raquel e teve dois filhos: Octávio e Taisa. Os dois participaram de diversos projetos do Ramacrisna. E, até hoje, a família faz parte da família Ramacrisna: Octávio é o gestor da fábrica Cercas Ramacrisna.

Mas não é só isso: desde os anos de 1990, Gilberto faz parte do Conselho Deliberativo. O grupo foi escolhido pelo professor Arlindo para cuidar do Ramacrisna e garantir a continuidade do projeto. “Ele me pediu: ‘Enquanto você viver, mantenha o Instituto no objetivo de fazer o bem e ajudar as pessoas.’ E é isso que eu vou fazer”, afirma.

Hoje, mais do que olhar para a própria trajetória, Gilberto faz jus à missão do Ramacrisna. “O coração enche de alegria em ver que o professor Arlindo foi um idealista e sonhador. Porque ele já previa o crescimento do Ramacrisna, tanto que montou o Conselho para seguir o trabalho. Ou seja, ele já sabia que ia virar essa potência. Então, é uma alegria muito grande fazer parte dessa família, uma retribuição de tudo aquilo que um dia o instituto fez por mim, eu tenho que continuar abrindo portas para as pessoas”,  aponta.

Você pode ajudar a transformar a vida de milhares de pessoas, como Gilberto. Conheça nossos projetos e faça sua contribuição.

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