Aos 18 anos, a jovem encontrou na tecnologia uma profissão e sua vontade de aprender e ensinar
O dia de Jeniffer Marinho se divide entre trabalhar e estudar. Ela é aluna do primeiro período do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas e faz estágio na FabLab Ramacrisna.
O Instituto tem papel fundamental na escolha da faculdade: foi lá que ela teve contato maior com o mundo da tecnologia e decidiu seguir a paixão como profissão. Além de frequentar as aulas da graduação, como estudante, Jeniffer compartilha seus conhecimentos com novos alunos do Instituto, ajudando novos jovens a descobrirem suas aptidões. Conheça a história a seguir:
Meninas em Rede
Jeniffer conheceu o Ramacrisna em 2022, durante uma edição da Feira Cultural Apreender, iniciativa que faz parte do projeto Adolescente Aprendiz. Apesar de ter conhecido o Instituto há pouco tempo, foi o suficiente para que ela pudesse usufruir de vários cursos.
O primeiro foi o Meninas em Rede, com aulas de tecnologia e programação voltada para jovens mulheres. E foi aí que tudo mudou. Jeniffer, que já se interessava pelo tema, se apaixonou ainda mais pela área.
“O curso significou novos rumos, abriu minha mente e me fez ver um mundo de possibilidades à minha frente. Eu vi que o mundo tecnológico não é fechado para as mulheres, basta elas procurarem e aproveitarem oportunidades”, conta.
Antes do Meninas em Rede, Jeniffer já tinha feito alguns cursos online gratuitos na área. Mas o Meninas em Rede foi decisivo. Tanto que ela resolveu incentivar mais meninas. “Enquanto eu fazia o curso, eu estava no 3° ano do ensino médio e, em uma feira cultural, meu trabalho foi justamente criar um aplicativo de jogo de perguntas com o tema desta feira. Além disso, criei alguns outros aplicativos úteis para apresentar nesse evento . Depois que apresentei esse trabalho, muitas meninas da minha escola na época se interessaram e hoje fazem os cursos do Fablab”, conta.
Depois do Meninas em Rede, a jovem decidiu se dedicar ainda mais à área de tecnologia. Foi então que ela fez todos os outros cursos do FabLab: Robótica educacional, AutoCad e Impressão 3D.
Incentivo do Ramacrisna
No fim do ensino médio, Jeniffer tinha uma escolha a fazer. Seu desejo era o de cursar uma faculdade, mas se sentia insegura em seguir uma carreira na área de tecnologia da informação. Vendo a trajetória da garota e sua vontade de aprender, o coordenador do FabLab Ramacrisna, Fábio Marques, decidiu incentivar para que ela seguisse seu sonho.
“Ele viu um potencial em mim que nem eu conhecia. E assim, durante minha trajetória de cursos no Fablab, ele foi extraindo o melhor de mim, mostrando que eu era capaz de muito mais. O Fábio me mostrou que eu poderia fazer faculdade e chegar ainda mais longe. Por conta desse incentivo, três dias após me formar no ensino médio, eu comecei a graduar Análise e Desenvolvimento de Sistemas”, destaca, cheia de gratidão.
E o curso tem sido tudo aquilo que Jeniffer sonhou. “Eu tenho gostado muito, aprendido e me desenvolvido muito também! Comecei a estudar lógica agora na faculdade, porém no Fablab tive tantas oportunidades de desenvolvimento, que tudo que comecei a estudar na faculdade eu já sei por conta dos cursos que nos são proporcionados, ensinamentos do coordenador e a união da equipe, sempre trocando conhecimentos”, elogia.
Além de estudante, Jeniffer também é estagiária do Instituto, onde compartilha seus conhecimentos com novos jovens. Para ela, a experiência é desafiadora, mas muito gratificante. “Eu amo desafios, amo mostrar para mim mesma que eu posso, e é isso que acontece o tempo todo: sou desafiada a ultrapassar meus limites e encorajada a ir mais longe. Sem dúvidas essa é a melhor parte, ser desafiada sempre”, resume.
Outro ponto que ela destaca é a junção do seu amor pela tecnologia pelo seu carinho com as crianças. “Hoje, eu tenho a junção dessas duas coisas nas minhas mãos: eu dou aula de tecnologia para as crianças! Eu gosto de ensinar, conhecimento retido não faz efeito, costumo dizer que ninguém é tão tolo que não possa ensinar e ninguém é tão sábio que não possa sentar para aprender. Me sinto bem”, pontua.
Faça sua parte
Assim como Jeniffer, outros dois milhões de pessoas de 11 cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte já tiveram suas vidas transformadas pelos projetos do Ramacrisna. Ao todo, são mais de seis décadas de história oferecendo oportunidades a pessoas em vulnerabilidade social.
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