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A trajetória de Juan Santana mostra como educação, arte e oportunidade podem revelar talentos e transformar futuros dentro do Instituto Ramacrisna
A música tem o poder de transformar vidas e, no Instituto Ramacrisna, essa transformação acontece diariamente. A história de Juan Rodrigues Santana, 22 anos, mostra como a orquestra para jovens da instituição foi capaz de abrir portas, revelar talentos e acender sonhos que antes pareciam distantes. Do curso de robótica ao ingresso no curso superior de música da UFMG, Juan trilhou uma jornada marcada por paixão, disciplina e oportunidades.
A seguir, conheça mais sobre essa história.
Juan conheceu o Instituto Ramacrisna em 2019, quando participou do curso de Robótica. Depois disso, foi selecionado para o projeto Adolescente Aprendiz. No entanto, seus planos foram interrompidos pela pandemia de Covid-19.
“Infelizmente, bem quando iria iniciar minhas atividades como aprendiz do Instituto Ramacrisna, deu-se o infortúnio da pandemia”, relembra. Assim como milhões de jovens brasileiros, Juan teve a rotina pausada pelo isolamento.
Com a flexibilização das atividades, decidiu retomar sua rotina. “Cansado de estar em casa, decidi começar a praticar atividades físicas”, conta. Mas o que ele não imaginava é que, no caminho para a academia, encontraria o que mudaria definitivamente seus planos.
Ao passar pelo Instituto, Juan se deparou com um ensaio da Orquestra Filarmônica Ramacrisna. Fascinado, parou, ouviu, sentiu e não saiu mais do lugar até o fim. Ali, pela primeira vez, desejou fazer parte daquele universo musical.
Mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia, Juan decidiu que faria parte daquele universo. A emoção veio quando finalmente recebeu seu primeiro instrumento, a flauta transversal. “Vibrei eufórico quando recebi meu primeiro instrumento em mãos, que até hoje é uma grande companheira”, conta.
Foram dois anos de estudo intenso, dedicação e apoio dos professores do Ramacrisna. Mas o esforço não foi em vão: Juan conquistou a oportunidade de atuar na Orquestra Sinfônica de Betim, onde trabalhou como montador e produtor, e onde encontrou sua verdadeira paixão instrumental: o fagote.
“Um instrumento curioso, lindo, mágico. Instrumento que abriu muitas portas”, define.
Isso porque, graças ao Instrumento, ele decidiu que queria seguir carreira como profissional na música. Para isso, além dos ensaios na Orquestra Filarmônica Ramacrisna, ele é aluno da Escola de Música da UFMG, no curso de Bacharelado em Fagote, e já participou de alguns trabalhos musicais pelo país.
Mas esse é só o começo: os planos de Juan são ambiciosos. “Pretendo ser um profissional da música, viso terminar minha graduação, aprofundar meus estudos até um doutorado e me tornar membro de grandes orquestras, nacionais ou internacionais”, sonha.
Juan também deseja se tornar professor universitário e inspirar novas gerações — como ele mesmo foi inspirado pelo projeto.
Criada em 2005, a Orquestra Filarmônica Ramacrisna nasceu para apresentar o universo da música instrumental a crianças e jovens de 9 a 29 anos em situação de vulnerabilidade social. São 50 músicos que estudam teoria e prática musical em instrumentos de cordas, sopro e percussão, orientados por professores renomados da família Barros e conduzidos pelo maestro Eliseu Martins de Barros.
Em duas décadas anos, a orquestra já se apresentou em importantespalcos da região metropolitana de Belo Horizonte e dividiu espaço com artistas de renome nacional e internacional. Em 2024, viveu um momento histórico ao celebrar os 65 anos do Instituto Ramacrisna em um espetáculo com Seu Jorge.
Para Juan, fazer parte do grupo é motivo de orgulho. “Ser membro da Orquestra Filarmônica Ramacrisna é muito além de um privilégio, resume todos os meus sentimentos sobre a Casa da Orquestra em uma só palavra: Gratidão!”, disse.
E finaliza com uma reflexão inspiradora: “Todo fruto recebido tem uma semente. Você já plantou a sua?”.
Assim como a orquestra para jovens transformou o futuro de Juan, ela pode impactar centenas de outros talentos. Entre em contato e saiba como contribuir com o Instituto Ramacrisna.