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24 de fevereiro de 2022

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Por que investir em ESG?

Recentemente, uma sigla tomou conta do ambiente empresarial em todo o mundo: o ESG. O termo significa Environmental, Social and Governance, ou Ambiental, Social e Governança, em português. Trata-se de uma visão estratégica que orienta as operações da iniciativa privada de maneira socialmente responsável, sustentável e com boa governança.

Ou seja, o conceito descreve o quanto uma organização utiliza meios para minimizar os seus impactos ao meio ambiente, se preocupa com as pessoas e adota boas práticas administrativas. 

O ESG se tornou uma moeda tão valiosa quanto as cifras financeiras, quando falamos do mercado de investimentos. Para se ter uma ideia, só em 2020 foram investidos U$38 trilhões em ações ligadas ao tema no mundo todo e R$2,5 bilhões no Brasil. E a expectativa é que, até 2025, esse número chegue a U$53 bilhões, o correspondente a um terço dos ativos de investimentos. 

Mas a agenda não é exclusiva da iniciativa privada. Cada vez mais, governos e instituições do Terceiro Setor têm adotado práticas de ESG, como resultado, se tornam mais eficientes, eficazes e deixam uma boa marca para as próximas gerações

Quando falamos em agenda ESG, estamos nos referindo a ações como, por exemplo:

  1. ambiental – práticas voltadas para a redução do aquecimento global, da emissão de carbono, da poluição do ar e da água e do desmatamento, políticas de gestão de resíduos e utilização de energia limpa;
  2. social – atividades relacionadas à responsabilidade social, respeito aos direitos humanos e às leis trabalhistas, diversidade da equipe, investimento social privado, envolvimento com a comunidade e campanhas de doações;
  3. governança – diretamente ligada às políticas de administração e conduta corporativa, como práticas anticorrupção, auditorias, bom relacionamento com a equipe, treinamentos e canais para denúncias e diálogo.

Como surgiu o termo ESG?

Apesar de o termo ter se tornado popular nos últimos anos, o ESG surgiu há quase 20 anos. A sigla surgiu em 2004, na publicação do relatório Who Cares Wins (ou, “ganha quem se importa”).

O documento reuniu o Banco Mundial, o Pacto Global da ONU e representantes de instituições financeiras de nove países. No texto, abordavam como a incorporação de fatores ambientais, sociais e de governança nos mercados de capitais é importante para os negócios, levando a mercados mais sustentáveis e a melhores resultados para as sociedades

Ao mesmo tempo, a Iniciativa Financeira do Programas das Nações Unidas para o Meio Ambiente produziu outro documento, chamado Relatório Freshfield, que apontou como as questões ambientais, sociais e de governança são importantes para a avaliação financeira

Dessa forma, os dois relatórios foram a base para o lançamento dos Princípios para o Investimento Responsável, na Bolsa de Valores de Nova York e para a criação da Sustainable Stock Exchange Initiative (Iniciativa de Bolsas de Valores Sustentáveis), que promove o investimento corporativo no desenvolvimento sustentável. 

Mesmo assim, as práticas ESG não tinham ganhado tanto espaço no mercado. Mas, em 2015, a Agenda 2030 da ONU chamou a atenção para a importância do desenvolvimento sustentável, levando em conta aspectos sociais e ambientais. Em seguida, foi assinado o Acordo de Paris, com o objetivo de reduzir o aquecimento global. 

Por fim, em 2020, Larry Flink, diretor-executivo da BlackRock (maior gestora de fundos do mundo) anunciou, em sua tradicional carta anual, que a sustentabilidade se tornaria critério para as decisões de investimento da empresa. Além disso, afirmou que as empresas que não se comprometerem com o tema estariam fadadas a ficar sem capital. Foi o que faltava para que as práticas ESG se popularizassem. 

ESG no Brasil

Apesar de o Brasil ter sido um dos países participantes do relatório Who Cares Wins, o ESG ainda não é parametrizado no país. Ou seja, a avaliação dos aspectos ambientais, sociais e de governança é subjetiva. De acordo com pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos, 24% das bolsas mundiais colocam a regulação do relatório de ESG como obrigatória e o Brasil está entre os 76% que não preveem a iniciativa. Mas, em dezembro de 2021, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou uma alteração nas regras, ampliando a exigência de informações sobre aspectos ESG

Dessa maneira, deve acelerar o entendimento e a aplicabilidade de critérios ESG pelas empresas brasileiras, ampliando a competitividade no mercado interno e externo. Mesmo assim, o ESG já movimenta cifras significativas aqui no Brasil: só em 2020, foram captados R$2,5 bilhões, segundo levantamento divulgado pelo Pacto Global.  

Ações no Terceiro Setor

Quando as Organizações da Sociedade Civil (OSC) põe em prática ações de ESG, elas abrem os horizontes para novas parcerias com a iniciativa privada no melhor estilo “ganha-ganha”: ganha a empresa, ganha a ONG e ganha a sociedade.

Mas não só isso, as práticas ESG também podem ser utilizadas pelas Organizações, como as de governança e de mensuração de impacto. O resultado é um crescimento na transparência e no trabalho dos colaboradores.

Existe, além disso, uma oportunidade de trabalho, usando a expertise na área para prestar serviços para empresas e auxiliar a estruturar seus investimentos sociais privados. Dessa forma, criam um produto que ajudará na autossustentabilidade da Organização.

Instituto Ramacrisna e investimento em ESG

Diante de tantos benefícios, o Ramacrisna aposta nos investimentos em ESG como uma novidade para 2022. O trabalho começou com uma mentoria exclusiva da BrazilFoundation. A vice-presidente do Instituto, Solange Bottaro destaca que o treinamento será um diferencial entre outras OSCs. 

“O ESG ampliou os olhares também das Organizações Sociais no sentido da percepção que a responsabilidade na preservação do nosso planeta é de todos nós. Para as empresas, a adesão amplia sua carteira financeira, já para o Terceiro Setor, é a possibilidade de mostrar suas competências e habilidades tanto no Ambiental, no Social e na Governança. São três expertises já desenvolvidas por várias OSCs há longo tempo e que possibilitam uma presença mais relevante nessa relação com as empresas. Então. é uma relação que pode render ótimas parcerias com resultados surpreendentes”, aponta.

Dessa forma, o Ramacrisna se destaca como uma possibilidade de parcerias para empresas que querem adotar práticas de ESG. A seguir, conheça nossas ações:

Ambiental

  • Conscientização e educação ambiental – atuamos na formação ambiental continuada de crianças, jovens e adultos participantes de nossos projetos. Além disso, incentivamos que os alunos multipliquem esses valores com as famílias, amigos e vizinhos.
  • Reciclagem de óleo – Todo o óleo utilizado na Escola de Mecânica de Automóveis e na Fabrica de Telas é destinado a uma empresa parceira, que realiza o tratamento e o beneficiamento do material.
  • Compostagem – desde 2014, realizamos o reaproveitamento do lixo orgânico, folhas orgânicas e aparas de grama. O material fica maturando durante quatro meses, quando o composto é retirado e fica por mais um mês curtindo. O processo é separado por cercadinhos de madeira e placas com datas. Quando o composto se transforma em adubo orgânico, ele é utilizado nos jardins do Ramacrisna. 
  • Aquecimento solar da água – utilizamos tubos a vácuo para aquecer a água utilizada na higienização de todo o material utilizado na cozinha e dos alimentos com mais economia. Além disso, também usamos o aquecimento solar no buffet e nos chuveiros.
  • Eficiência energética – a energia elétrica utilizada na sede do Instituto é gerada por usina fotovoltaica, fonte limpa e renovável. Além disso, em parceria com a Cemig, realizamos a troca de motores, lâmpadas e fios para um desempenho mais eficiente

Social 

Todos os projetos desenvolvidos no Ramacrisna têm viés social. Mas nosso carro-chefe são os cursos profissionalizantes, ofertados desde 1995. O objetivo é qualificar jovens e adultos para facilitar a inserção no mercado de trabalho.

Em cada ano, investimos, em média, R$249 mil. A estimativa é que a cada R$1 de investimento, há um retorno social de R$5,59

De acordo com nosso relatório de impacto, os cursos estão alinhados com cinco Objetivos do Desenvolvimento Sustentável: Trabalho Decente e Crescimento Econômico; Educação de Qualidade, Erradicação da Pobreza; Paz, Justiça e Instituições Fortes e Eficazes; e Redução das Desigualdades.

Atualmente, oferecemos os cursos de Soldagem, Mecânica de Automóveis, Eletricista  e Instalação de Usinas Fotovoltaicas, Operador de Computador, Robótica Industrial e Audiovisual. Só em 2021, foram 26 turmas de 12 cursos que beneficiaram 701 alunos.   

Além dos cursos que organizamos, também ofertamos cursos de acordo com o que melhor atende o compromisso de responsabilidade social dos nossos parceiros. A qualificação é formatada sob demanda das empresas patrocinadoras, com a busca de alunos e possíveis funcionários nos bairros do entorno dos empreendimentos.

Governança

Desde a nossa criação, em 1959, investimos em gestão e governança como ferramenta de transformação social – muito antes do termo ESG existir.

Com a Fábrica de Telas, desde 1975, trabalhamos para a autossustentabilidade do Instituto, já que todo o resultado das vendas é destinado a manutenção das atividades sociais do Instituto. 

Todos os anos, a Fábrica contribui com R$815 mil, em média, o correspondente a mais de 22 mil atendimentos ou 28% das contas do Instituto.

Outra ação de governança é a nossa parceria com a Fundação Dom Cabral. Desde 2008, contamos com treinamentos para o desenvolvimento de competências em gestão do Instituto. Desde então, obtivemos resultados significativamente melhores na obtenção de recursos, credibilidade junto aos parceiros, melhoria na qualidade do atendimento e número de pessoas beneficiadas.

Para se ter uma ideia, em 2021, totalizamos 106 funcionários na sede, com 1148 horas de treinamento. Além disso, conquistamos 11 parcerias com a Prefeitura de Betim e 17 com empresas. Assim, esses números possibilitaram que pudéssemos acolher famílias durante a pandemia do coronavírus doando cestas básicas, gás, tênis, etc. proporcionando segurança alimentar a todos.

Parcerias
  • Ampliando Fronteirasem parceria com a BrazilFoundation, ofertamos 15 cursos em Igarapé. Entre 2020 e 2021, foram 25 turmas e 530 alunos qualificados. O projeto contou, ainda, com a instalação de uma usina fotovoltaica na Associação Educativa e Cultural de Igarapé que, além de garantir a redução de gastos com energia elétrica, também serviu de incentivo para o curso de instalação e manutenção de estruturas do tipo.
  • Construindo o Futuro – em parceria com a Petrobras, atendemos jovens de três cidades da Região Metropolitana: Betim, Sarzedo e Ibirité. Desde 2020, foram 8 cursos, que qualificaram 1126 alunos de 89 turmas.

Ainda falando de governança, atuamos no desenvolvimento de projetos personalizados para sua empresa. Trata-se do GIP – Gestão e Inovação em Projetos Ramacrisna, que oferece aos clientes soluções em gestão, administração e execução de diversos tipos de projetos sociais, além de consultorias em áreas de gestão. 

 GIP – Gestão e Inovação em Projetos Ramacrisna

O GIP surgiu para unir a necessidade de obter recursos para os projetos sociais com a oportunidade de ajudar outras instituições e empresas. Oferecemos todo apoio na gestão do seu projeto social, contribuindo para a execução do objetivo geral proposto e acompanhando os resultados, além de consultoria em áreas específicas da gestão.

Para isso, usamos a expertise de mais de 60 anos de atuação do Instituto em gestão, relacionamento com parceiros e prestação de contas para empresas, poder público e instituições internacionais. 

Portanto, se você se interessou em implementar boas práticas baseadas em ESG na sua empresa, conte conosco. No GIP, realizamos uma consultoria em gestão e inovação social em projetos de empresas, organizações sociais, poder público e empreendedores sociais a partir dos seguintes serviços:

  • consultoria financeira, contábil e jurídica;
  • prestação de contas;
  • comunicação e relacionamento com a imprensa;
  • tecnologia e inovação;
  • aprendizagem;
  • produtos culturais;
  • qualificação profissional.

Em cada um dos projetos, utilizamos uma metodologia própria que leva em conta as especificidades dos clientes. De modo geral, esse processo inclui seis etapas: diagnóstico, planejamento, execução, monitoramento, acompanhamento e avaliação.

O GIP desenvolve diversos projetos de ESG em parcerias com empresas, poder público e organizações internacionais de diversos segmentos, como assistência social, cultura, educação e esportes, por exemplo. Conheça um de nossos cases:

Fundação Álvaro César

A criação da instituição ocorreu por solicitação da Promotoria das Fundações do Ministério Público de Minas Gerais, em 2019. Para a sua fundação, o Ramacrisna foi contratado por “notório saber” para começar do zero a fundação que atende e acolhe crianças com deficiência intelectual.  

Para isso, o GIP convidou cidadãos éticos, idôneos e comprometidos à causa de crianças e jovens com deficiência intelectual a comporem os Conselhos Curador, Diretor e Fiscal. Em seguida, o Ramacrisna elaborou e registrou a documentação de constituição, o projeto institucional, o planejamento estratégico e orçamentário, prospectou e capacitou a equipe da gestão.

Além disso, o Instituto foi responsável por cuidar da criação e aprovação do Estatuto, da contratação de gestor profissional e de escritório de contabilidade. Também providenciou a identidade visual da nova instituição e acompanhou os primeiros seis meses de funcionamento da Fundação.

Saiba mais sobre o Instituto Ramacrisna

O Instituto Ramacrisna é uma Organização da Sociedade Civil, sem fins lucrativos, sem vínculos religiosos ou partidários, fundada em 1959, pelo jornalista Arlindo Corrêa da Silva, falecido em 1993. Nossa instituição é composta por conselhos deliberativo e fiscal e dirigida por uma diretoria executiva.

Há mais de 60 anos, desenvolvemos projetos de aprendizagem, profissionalizantes, culturais, de geração de trabalho e renda, de tecnologia, de esporte e lazer, entre outros, para comunidades em situação de vulnerabilidade social de 13 cidades da Região Metropolitana de BH

O Instituto Ramacrisna tem afinidade com 10 dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS), trabalhando ativamente para sua implementação. São eles:

Em toda a nossa história já mudamos a vida de quase 2 milhões de pessoas e pretendemos continuar a dar novas possibilidades para crianças, jovens e adultos. Conheça nosso trabalho e saiba como ajudar.

 

 

 

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