O Brasil bateu um novo recorde do número de desempregados, 14,8 milhões de pessoas estão à procura de trabalho, de acordo com dados do IBGE. Ao mesmo tempo, muitos deixam de conseguir uma vaga porque não tem qualificação. O projeto Ampliando Fronteiras, do Instituto Ramacrisna, com apoio da BrazilFoundation e da Prefeitura de Igarapé, surgiu exatamente para tentar solucionar parte desse problema.
A coordenadora do projeto, Carolina Franco Borges, explica que, quando o projeto estava ainda na fase de construção, foi feito um diagnóstico em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e diversas reuniões com a prefeitura. Assim, em conjunto com a gestão municipal, foram escolhidos cursos para atender jovens e adultos em situação de vulnerabilidade social que precisavam de qualificação profissional.
O município tem duas grandes transportadoras e um grande comércio, devido à demanda dos sítios da região. Segundo Carolina, muitas dessas empresas buscavam mão de obra qualificada em cidades próximas, como Betim e Contagem. Para tentar reverter esse quadro foram oferecidos nove cursos: logística, informática básica, vendas, mecânica de automóveis, eletricista de instalações, soldagem, auxiliar administrativo, recepcionista e Excel intermediário/avançado.
Em 2020, aconteceu a primeira edição do projeto, com 16 turmas. No total, 333 pessoas, entre 16 e 40 anos, receberam os seus certificados. Agora, em 2021, é a vez do Ampliando Fronteiras II.
Impacto do projeto Ampliando Fronteiras I
O projeto, que começou antes da pandemia, havia sido planejado para acontecer todo de forma presencial, mas, com a chegada do vírus e da crise sanitária, algumas alterações foram feitas. Todos os cursos que eram apenas teóricos foram alterados para aulas on-line. Já aqueles que demandavam prática, como mecânica, eletricista de instalações e soldagem, tiveram aulas presenciais escalonadas no fim do cronograma, seguindo as recomendações de segurança.
A coordenadora do projeto conta que, apesar da pandemia, o resultado foi muito positivo. Carolina Franco diz que já recebeu diversos feedbacks positivos, de pessoas que conseguiram emprego ou uma colocação melhor dentro da empresa em que já trabalhavam.
De acordo com ela, o projeto traz retorno para o município como um todo. “Valoriza os moradores, diminui o custo da empresa e traz de volta as oportunidades para os trabalhadores locais, melhorando a qualidade de vida. E assim, vai transformando a própria cidade, fazendo crescer a longo prazo”.
Ampliando Fronteiras II
O projeto surtiu um efeito tão positivo sobre Igarapé que a nova gestão da prefeitura procurou o Ramacrisna para dar continuidade aos cursos, com a ajuda da BrazilFoundation. Os primeiros cursos de 2021, de Excel e assistente de RH, começam no dia 7 de junho, mas, ao longo do ano, ainda serão abertas inscrições para logística, mecânica de automóveis, eletricista de instalações, com especialização em usinas fotovoltaicas e padeiro.
O objetivo para esse ano é formar 11 turmas com 340 alunos de Igarapé que vivem em situação de vulnerabilidade social. Em breve, divulgaremos a abertura das inscrições para os próximos cursos.
E as novidades não param por aí. O curso de eletricista de instalações e usinas fotovoltaicas vai beneficiar além dos alunos, uma instituição. A Associação Educativa e Cultural de Igarapé (Assecig) vai receber a instalação de uma usina. “Vai ser um ganho para a cidade e para essa organização social”, acrescenta Carolina.
Os cursos do Ampliando Fronteiras II vão até abril de 2022. Se você quer saber mais sobre esse projeto ou deseja ajudar outras iniciativas do Instituto Ramacrisna, entre em contato conosco.