Grandes nomes do esporte, como Rafaela Silva, começaram sua carreira em projetos sociais de judô
Nos Jogos Olímpicos de Paris, o Brasil conquistou quatro medalhas no judô. O bom desempenho dos atletas brasileiros no esporte se deve a vários fatores, como políticas de incentivo ao esporte e sua inclusão nos jogos estudantis e escolares, por exemplo.
Além das políticas institucionais, os projetos sociais de judô desempenham um papel fundamental no desenvolvimento dos atletas . É o caso, por exemplo, de Rafaela Silva, que só se tornou judoca graças a um projeto social.
Mas como funcionam os projetos sociais voltados para o judô? Como eles podem transformar vidas? Entenda a seguir.
Projetos sociais de judô: como funcionam?
Uma das instituições que oferece projetos sociais de judô é o Instituto Ramacrisna, em Betim. As aulas existem desde 2018 e são ministradas pelo sensei Caliton Silva Santos. As oficinas vão além de lições esportivas, elas trabalham a disciplina, raciocínio lógico, paciência e autocontrole.
“Nas aulas de judô, oferecemos uma variedade de atividades, como rolamentos, técnicas específicas do esporte, quedas, imobilizações e projeções, por exemplo. Além disso, enfatizamos valores fundamentais como respeito ao próximo, autocontrole, disciplina, e a importância do esforço e da perseverança. Também faço questão de incluir momentos de descontração, em que trabalho aspectos lúdicos, valências motoras, ambidestria e a qualidade dos movimentos dos alunos, sempre em um ambiente acolhedor. Acredito que essa abordagem é o que torna as aulas tão bem-sucedidas”, detalha.
As aulas de judô acontecem no período da manhã e da tarde e tem duração de uma hora. As crianças são divididas em turmas, de acordo com as classificações que levam em conta a idade e o desenvolvimento dos alunos. “Essa organização permite atender a uma ampla gama de alunos no Instituto Ramacrisna, proporcionando oportunidades para que muitos deles possam participar e se beneficiar das atividades. Essa estruturação das aulas é extremamente positiva e contribui significativamente para o desenvolvimento dos alunos”, destaca Caliton.
Judô mudando realidades
As oficinas de judô desempenham um papel crucial no desenvolvimento das crianças, especialmente quando as aulas são focadas na realidade dos alunos. Para isso, Caliton apostou na criação de uma metodologia própria. “Há cerca de 3 anos, desenvolvi uma metodologia específica para as aulas, permitindo a administração gradual e detalhada do conteúdo conforme a faixa etária dos alunos. Então, para os mais novos, focamos em atividades lúdicas e de ambientação, que trabalham a coordenação motora e o movimento. Já para os alunos um pouco mais avançados, entre nove e doze anos, introduzimos técnicas de judô com maior profundidade. Por fim, para os mais experientes, aplicamos uma abordagem mais intensa e voltada para a estabilização física”, explica o instrutor.
Assim, além de melhorar o desempenho nas aulas de judô, as oficinas ajudam crianças e adolescentes a desenvolver habilidades sociais importantes, como resolução de conflitos e respeito às regras, por exemplo. Considerando que o judô é um esporte de origem japonesa que exige muita disciplina, essas habilidades são essenciais para o crescimento pessoal e social dos alunos.
Colhendo os frutos
Tanta técnica e dedicação tem mostrado resultados cada dia melhores. A equipe de judô do Ramacrisna tem sido destaque em competições regionais e nacionais, colecionando uma gama de troféus e medalhas em grandes competições. A equipe já soma 87 medalhas entre primeiros, segundos e terceiros lugares. Além das competições regionais, os atletas vêm ganhando destaque em competições nacionais, como o Campeonato Brasileiro – em que seis atletas do Ramacrisna participaram das disputas e se consagraram entre os dez melhores, incluindo um vice-campeão. Além das conquistas individuais, eles vêm se destacando como equipe: já são sete troféus na categoria.
E todo este esforço vem gerando bons frutos. O jovem Ray Lucas de Araújo, de 14 anos, foi selecionado pelo programa Bolsa Atleta, do Governo Federal. O programa seleciona jovens atletas para receber uma bolsa no valor de R$750,00 bimestralmente pelo seu bom desempenho no esporte.
Conheça o Ramacrisna
Há 65 anos, o Instituto Ramacrisna trabalha para melhorar a vida de milhões de pessoas em vulnerabilidade social moradoras de 12 cidades da Grande BH. Os projetos incluem opções saudáveis, seguras e gratuitas de lazer, esporte, cultura, educação, profissionalização e inserção no mercado de trabalho.
Conheça as iniciativas e contribua para dar continuidade ao nosso trabalho.