O número de crianças que estão no segundo ano do ensino fundamental e não sabem ler aumentou nos últimos anos. Tecnologia pode ser aliada da alfabetização infantil
A alfabetização infantil ainda é um dos grandes desafios da educação brasileira. A cada 10 crianças matriculadas no segundo ano do ensino fundamental, somente quatro sabem ler e escrever. O dado é da pesquisa Alfabetiza Brasil, do Ministério da Educação, e é referente a 2021.
O estudo ainda mostrou uma realidade assustadora: a porcentagem de crianças alfabetizadas caiu, se comparada a 2019. Naquele ano, mais de seis crianças a cada 10 sabiam ler.
Para esta etapa do ensino, os estudantes alfabéticos devem conseguir ler pequenos textos, com períodos curtos e localizar informações na superfície textual. Os alunos também já são capazes de ler e articular texto verbal e não verbal, como tirinhas, por exemplo.
Na parte da escrita, devem escrever, mesmo que com desvios ortográficos, textos simples. A pesquisa se baseou nos resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
Mas o que explica esses dados?
Existem vários fatores por trás desta triste realidade. Em primeiro lugar, há uma fragilidade histórica na formação educacional no país, que inclui a falta de professores, material didático desatualizado e má gestão dos recursos. A situação se agravou ainda mais por conta da pandemia, com aulas remotas pela internet – a qual nem todos os alunos tinham acesso.
Outro problema é que muitas crianças estão fora da escola. Além daqueles que sequer são matriculados, também existem os alunos que abandonam as aulas e não concluem o ano letivo.
Para melhorar a alfabetização infantil no Brasil, é necessário investimento na educação. Mas não é só isso: toda a família e a comunidade devem ajudar, estimulando a leitura das crianças. Se nada for feito, a expectativa é que as desigualdades sociais sejam agravadas.
Ações para a alfabetização infantil
O Instituto Ramacrisna faz sua parte em prol da alfabetização infantil, com atividades no projeto Centro de Apoio Educacional Ramacrisna (CAER). A iniciativa conta com a Mesa Alfabetizadora Digital, voltada para alunos de 6 a 13 anos.
Esse é um recurso didático inovador no processo de alfabetização infantil. A tecnologia permite que as crianças se familiarizem com a linguagem escrita, encaixando blocos coloridos em um grande painel eletrônico. À medida que são encaixadas, as letras são reconhecidas por um software especial e aparecem na tela do computador.
Dessa forma, com atividades interativas, elas aprendem a reconhecer o alfabeto. Além disso, conseguem construir palavras, encontrar significados, descobrir acentos e interpretar textos. A Mesa ajuda os alunos nas disciplinas de português e matemática. A iniciativa também inclui outras atividades como fábulas, provérbios, cantigas de roda e trava-língua. Dessa forma, a criança se aproxima do mundo das letras, refaz sua autoestima e amplia o processo de aprendizagem.
As atividades com a Mesa são realizadas no período complementar às aulas das crianças na escola pública, a qual devem estar matriculadas para participar do projeto. Assim como ocorre com as outras oficinas do projeto, como xadrez, judô, futsal, peteca, vôlei e informática educacional, por exemplo.
As crianças que participam do projeto também recebem almoço e lanche diariamente, inclusive nas férias. O Instituto também fornece material escolar e vestuário, como incentivo à família para mantê-las frequentes na escola.
O CAER já transformou a realidade da região, com a diminuição da evasão escolar e do trabalho infantil – práticas que eram frequentes na comunidade anteriormente. Além disso, aumentou o nível de escolaridade das crianças e dos adolescentes. No futuro, elas terão mais oportunidades para escolher uma carreira e entrar no mercado de trabalho.
É o poder da educação na transformação de vidas! Faça parte dessa corrente do bem. Entre em contato e saiba como ajudar.