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A alfabetização infantil segue sendo um dos principais obstáculos na educação brasileira em 2025.
Embora haja avanços, os dados mais recentes revelam que o país não alcançou a meta nacional para o percentual de crianças alfabetizadas até o 2º ano do ensino fundamental. Entender esses desafios é essencial para pensar em ações eficazes.
Segundo o Ministério da Educação (MEC), em 2024, 59,2% dos estudantes do 2º ano do ensino fundamental no Brasil são capazes de ler e escrever textos simples. Esse índice representa melhoria em relação a 2023, quando era 56%.
A meta estabelecida pelo governo federal era de 60% para esse grupo etário – portanto, o país ficou muito próximo, mas não bateu o objetivo.
Entre os estados, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Ceará, Goiás e outros se destacaram por atingir ou superar metas estimadas. Por outro lado, estados como Amazonas, Bahia, Paraná, Pará e Rondônia apresentaram desempenho inferior ao de 2023.
Para fins da avaliação do MEC, o indicador usado é o Indicador Criança Alfabetizada, baseado no sistema Saeb e na Pesquisa Alfabetiza Brasil, do Inep.
Para ser considerado alfabetizado no fim do 2º ano, o aluno precisa:
Os efeitos da covid-19 ainda reverberam fortemente: a queda na aprendizagem registrada entre 2019 e 2021 foi acentuada, com muitos alunos tendo perdido ritmo de leitura e escrita.
A transição para aulas remotas agravou desigualdades de acesso à internet e a materiais educativos de qualidade.
Além disso, desastres naturais também tiveram papel significativo. No Rio Grande do Sul, por exemplo, enchentes em 2024 reduziram drasticamente o índice de alfabetização: o estado registrou, em 2023, cerca de 63,4%, que caiu para 44,7% em 2024.
Esse desastre é citado pelo MEC como um dos fatores que impediram o país de alcançar a meta.
Ainda persiste a carência de professores adequadamente formados para alfabetização, além da falta de material didático atualizado e contextualizado para as diferentes realidades regionais.
A gestão e a alocação de recursos em muitos municípios também não têm sido suficientes ou eficientes.
Embora muitos alunos estejam matriculados, há casos de abandono ou falta de frequência que comprometem o processo de alfabetização.
Crianças que não concluem o ano ou que faltam frequentemente têm maiores dificuldades de acompanhar os conteúdos progressivamente.
Desse modo, se os índices não melhorarem, tende a haver:
Políticas públicas integradas:
Formação e valorização de professores:
Participação da família e da comunidade:
Uso de tecnologia educativa:
O Instituto Ramacrisna segue contribuindo para mudar esse cenário por meio de seu projeto Centro de Apoio Educacional Ramacrisna (CAER). As principais ações são:
Essas ações têm contribuído para reduzir a evasão escolar e o trabalho infantil na comunidade atendida, além de elevar o nível de escolaridade das crianças e adolescentes.
Com metas claras, compromisso de gestão pública e apoio da sociedade civil, é possível que o Brasil ultrapasse os atuais 60% no indicador de alfabetização até 2030, meta estabelecida pelo MEC para estados brasileiros.
Atingir esse objetivo dependerá de ações coordenadas, urgência no atendimento das áreas mais prejudicadas, e de um investimento sustentável.
Isso porque, a alfabetização infantil não é apenas uma etapa da educação: é a base para todo o aprendizado que virá depois. Os dados de 2024 mostram progresso, mas também indicam que há muito a fazer para que cada criança brasileira aprenda a ler e escrever desde cedo, com qualidade.
O Instituto Ramacrisna convida você a fazer parte dessa transformação: apoiando, difundindo ou participando de projetos que valorizem a alfabetização infantil, porque é com a educação que construímos um futuro mais justo.