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O Setembro Amarelo reforça, em 2025, a importância da conscientização sobre saúde mental, da prevenção ao suicídio e da necessidade de ações permanentes para apoiar jovens em situação de vulnerabilidade.
Ao contrário do que muitos pensam, esse é um problema de saúde pública que afeta diretamente adolescentes e jovens, exigindo atenção de toda a sociedade.
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS) aponta que condições de saúde mental representam cerca de 16% da carga global de doenças e lesões entre pessoas de 10 a 19 anos.
Já a UNICEF alerta que quase um em cada seis jovens no Brasil nessa faixa etária convive com algum transtorno mental, como ansiedade e depressão. Isso significa que milhões de adolescentes enfrentam diariamente desafios emocionais que impactam sua qualidade de vida e desenvolvimento.
Em relação ao suicídio, os números também são alarmantes. Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre 2016 e 2021, a taxa de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos por suicídio cresceu 49%, chegando a 6,6 por 100 mil habitantes. Na faixa entre 10 e 14 anos, o aumento foi de 45%, alcançando 1,33 por 100 mil habitantes.
Estudos da Fiocruz reforçam a gravidade ao demonstrar que, entre 2011 e 2022, o suicídio entre pessoas de 10 a 24 anos cresceu, em média, 6% ao ano, enquanto as notificações de autolesão aumentaram 29% ao ano. Esses dados deixam claro que a juventude brasileira enfrenta uma crise silenciosa, que precisa ser enfrentada com urgência.
Os transtornos mentais entre jovens são multifatoriais. Muitos especialistas relacionam esse aumento ao isolamento social e às rupturas de rotina provocadas pela pandemia, que ainda repercutem até hoje.
Além disso, questões como desigualdade socioeconômica, dificuldades escolares, exposição à violência, falta de acesso a serviços de saúde mental e a pressão social agravam ainda mais o quadro.
Outro ponto que merece destaque é o estigma. O medo do julgamento ainda impede que muitos adolescentes busquem ajuda ou reconheçam que precisam de apoio.
Sem a criação de um ambiente de escuta e acolhimento, muitos desses jovens acabam lidando sozinhos com dores emocionais que poderiam ser amenizadas por uma rede de apoio fortalecida.
Para enfrentar esse cenário, diferentes iniciativas têm sido desenvolvidas no Brasil. Em setembro de 2025, a Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou uma proposta para criar uma política específica de prevenção do suicídio entre crianças e adolescentes, o que representa um passo importante para garantir mais atenção a esse público.
Em paralelo, organizações como a UNICEF têm promovido campanhas e canais de apoio, como a plataforma “Pode Falar”, que oferece atendimento gratuito e virtual para jovens em sofrimento emocional.
A música, a arte e a educação socioemocional também têm sido exploradas como ferramentas de apoio, já que ajudam a reduzir o estigma e a criar espaços de diálogo mais acessíveis. Além disso, especialistas reforçam a necessidade de integrar políticas de saúde, educação e assistência social, garantindo atendimento psicológico em escolas, capacitação de professores e fortalecimento de serviços públicos.
No Instituto Ramacrisna, a campanha Setembro Amarelo é vivida intensamente, especialmente por meio do projeto Adolescente Aprendiz. Uma das iniciativas em destaque é o programa “Se Cuida, Jovem”, que promove palestras e atividades de conscientização, trazendo informações atualizadas sobre depressão e suicídio de forma leve, mas impactante. O objetivo é quebrar tabus, reduzir estigmas e estimular os adolescentes a buscar e oferecer ajuda. Além disso, os jovens recebem atendimento e acompanhamento psicológico.
Outra iniciativa importante é o Amigo Anjo, voltada também para colaboradores do Instituto. Durante uma semana, cada participante se dedica a cuidar anonimamente de outro colega, deixando recados, cartas ou pequenos gestos de carinho. Ao final, os nomes são revelados, e o impacto positivo da experiência reforça a importância do cuidado mútuo.
O mais relevante é que essas ações não se limitam apenas a setembro. O Ramacrisna mantém ao longo do ano um trabalho contínuo de acolhimento psicossocial, além de capacitar educadores e fortalecer famílias para identificar sinais de alerta e oferecer suporte preventivo.
A luta precisa ser diária. Os dados de 2025 mostram que a saúde mental de jovens brasileiros exige atenção urgente. A depressão e o suicídio não podem mais ser tratados como tabus, mas como questões de saúde pública que pedem envolvimento coletivo.
O Instituto Ramacrisna reafirma seu compromisso de acolher, informar e transformar vidas. Se você também acredita que pode fazer a diferença, conheça nosso trabalho, apoie nossas iniciativas e ajude a ampliar essa corrente de cuidado e esperança.