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1 de setembro de 2022

Jovem Aprendiz|Notícias

Setembro amarelo: por que falar sobre saúde mental é importante?

O Setembro Amarelo é o mês dedicado à saúde mental e à prevenção do suicídio. Com a retomada das atividades pós-pandemia, o cuidado com a mente se torna ainda mais importante. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), somente no primeiro ano da pandemia, os casos de ansiedade e de depressão aumentaram em 25% em todo o mundo. 

O estudo também mostra que a pandemia afetou mais os jovens, que correm um risco muito maior de comportamentos suicidas e automutilação que outros grupos. Além disso, as mulheres foram mais impactadas do que os homens e que pessoas com condições de saúde física pré-existentes. Ou seja, as mulheres eram mais propensas a desenvolver sintomas de transtornos mentais.

Por isso, é imprescindível um cuidado maior para esses grupos. Esse é um assunto sério e uma das áreas de atuação do Instituto Ramacrisna. Saiba mais a seguir. 

Setembro Amarelo

A psicóloga e instrutora do Ramacrisna, Flávia Martins, explica que o suicídio é um problema de saúde pública. Mas muitas pessoas não sabem que o número de vidas perdidas por autoextermínio é extremamente alto. Em outras palavras, em um ano, são cerca de 800 mil mortes que poderiam ter sido evitadas. 

Mas engana-se quem acredita que pessoas com ideias suicidas estão distantes. Cada vez mais, temos registros de pessoas que chegam a atentar contra a própria vida. E elas estão cada vez mais próximas de nós. 

“Portanto, é extremamente importante promover o acesso às redes de apoio, aos profissionais da saúde mental e às informações certas de como identificar e, principalmente, de como dar seguimento na busca por ajuda”, pontua.

Como oferecer suporte mental para os jovens?

Em primeiro lugar, quando falamos de saúde mental, a forma mais eficaz de fortalecer o jovem é promovendo acesso e inclusão à rede de apoio psicossocial

“É levar informações de qualidade, fortalecer políticas públicas que abrangem as fases de desenvolvimento e criar estratégias que acompanhem a evolução e a vivência de cada jovem”, afirma a psicóloga.  

Em casos mais urgentes, contamos com o Centro de Valorização da Vida (CVV). Através de várias ações, por exemplo, atendimento por celular e e-mail, oferece acolhimento humanizado imediato para qualquer pessoa que precise. 

Além disso, pessoas em sofrimento mental podem procurar os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Os locais oferecem acolhimento multidisciplinar para pessoas em crises, com transtornos mentais diversos e com problemas de álcool e drogas.

Da mesma forma, algumas faculdades também oferecem plantões psicológicos gratuitos ou a preço social, que podem ajudar nesses momentos mais delicados.

Como identificar os riscos em pessoas em vulnerabilidade social?

Acima de tudo, é essencial ficar atento aos atos que envolvem a pessoa com pensamentos suicidas e também a família, que sofre por julgamentos socioculturais relacionados à realidade e vivência de cada meio familiar.

“Isso pode fazer com que o indivíduo se distancie, com medo de situações constrangedoras ou que causam sofrimento, o que acaba impactando nos relacionamentos. Bem como também é preciso observar os fatores estressores, como desemprego, baixa renda, relações familiares, fatores demográficos e sociais“, conta a psicóloga.

Além disso, ela destaca a importância de se examinar o consumo de substâncias tóxicas, que pode agravar a situação. “O uso de álcool e drogas tem maior prevalência no aparecimento de transtornos da mente que são tratados inadequadamente“, alerta.

“O abuso da ingestão de álcool e drogas para aquelas pessoas que não conseguem absorver a realidade deixa a pessoa com capacidade emocional, mental, física e de superar desafios comprometida, fortalecendo a sensação de fracasso na vida. Da mesma forma, também é preciso considerar os conflitos sociais, como discriminações de todas as formas e gêneros”, completa. 

Setembro Amarelo, Saúde Mental e o Instituto Ramacrisna

Em todo o ano, o Ramacrisna oferece suporte para jovens do programa Adolescente Aprendiz. A iniciativa, chamada de Se Cuida Jovem, oferece acolhimento psicossocial para os adolescentes e jovens do Instituto. Quem realiza os atendimentos são estudantes de psicologia da faculdade Pitágoras. 

A iniciativa realiza atendimentos individuais e em grupo. No primeiro caso, a equipe do Adolescente Ramacrisna identifica os jovens com necessidade de atendimento. Em seguida, é feita a marcação de horário e se dá início ao acompanhamento psicológico.

Nos atendimentos em grupo, a equipe do Adolescente Aprendiz faz um levantamento dos temas mais relevantes. A seguir, os estagiários elaboram e acompanham a intervenção grupal, em que os jovens têm liberdade para trocar experiências e desabafar.

Durante o Setembro Amarelo, o Se Cuida Jovem vai promover uma série de palestras entre os dias 26/09 e 30/09 nos turnos da manhã e da tarde. As conversas vão abordar a conscientização sobre transtornos mentais e a valorização da vida.

“Sabemos da importância da informação para reduzir estigma e preconceitos relacionados ao tema. Temos um projeto interno ao qual nossos adolescentes têm a oportunidade de serem acolhidos por estagiários de psicologia das faculdades parceiras”, afirma Janara Gomes, coordenadora pedagógica do projeto.

“Ipê da vida”

Além disso, também o Instituto realizará outra ação, de nome “Ipê da vida“. A escolha do nome foi por setembro ser um mês ao qual a árvore nativa do Brasil floresce, e do ipê amarelo, pela cor ser símbolo da campanha. Trata-se de uma iniciativa também do projeto Aprendiz Ramacrisna em que será montada uma árvore (árvore da vida), com cartazes tornando o espaço autônomo. Os aprendizes, usuários de outros projetos e colaboradores poderão interagir na ação, “colhendo” cartões com mensagens positivas de superação e incentivo à vida, e, claro, “plantando”, ou seja, deixando recados para os outros que passarem.

“Falar de saúde mental é importante para todas as idades, mas a adolescência é uma fase de transição entre a infância e a vida adulta. É uma fase de grandes conflitos, alterações hormonais e até mesmo alterações de comportamento. Infelizmente, é cada vez mais comum encontrarmos adolescentes, ansiosos e até deprimidos“, explica Janara.

Ela acredita que o cuidado com a saúde mental pode ajudar até na performance dos aprendizes no trabalho. “Para o adolescente que está na aprendizagem profissional é ainda mais desafiador, visto que ele precisa constantemente buscar o equilíbrio, entre a escola, o trabalho, lazer e a vida pessoal. Cuidar da saúde mental ajuda os adolescentes a aumentar a resiliência, para melhor lidarem com adversidades e situações cotidianas no trabalho e em todos os lugares”, completa.

Você pode ajudar a manter o cuidado com a saúde mental de crianças e adolescentes. Clique para saber como contribuir.

 

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