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29 de abril de 2024

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Autismo: quais os desafios da educação inclusiva?

Segundo dados da OMS, 70 milhões de pessoas no mundo convivem com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Dessas, 2 milhões vivem no Brasil. O autismo é um espectro neurodesenvolvimental que se manifesta de maneira única em cada indivíduo, influenciando a percepção, interação social, comunicação e interesses. Essa condição é caracterizada por uma diversidade de habilidades e desafios, refletindo a complexidade e a riqueza da experiência humana. Para garantir melhor qualidade de vida para essas pessoas, escolas e instituições de ensino precisam a educação inclusiva –  uma abordagem que visa garantir que todas as pessoas, independentemente de suas habilidades ou desafios, tenham acesso a oportunidades educacionais significativas e adaptadas às suas necessidades individuais.

Isso envolve criar ambientes de aprendizado que valorizam a diversidade, fornecendo apoio e recursos personalizados para garantir o pleno desenvolvimento acadêmico, social e emocional destes  alunos

Não existe uma fórmula para a educação inclusiva, é preciso pensar de acordo com cada caso, já que o TEA se manifesta de forma única em cada pessoa. Mas é possível apontar alguns benefícios para as crianças e adolescentes.

Em primeiro lugar, com a educação inclusiva, se cria um um ambiente onde os alunos autistas se sentem aceitos, valorizados e incluídos em sua comunidade escolar. Além disso, também proporciona oportunidades para praticar habilidades sociais e interagir com colegas neurotípicos, contribuindo para o desenvolvimento de relações interpessoais significativas.

Essa convivência também ajuda a desenvolver uma cultura de respeito e valorização da diversidade, ajudando todos os alunos a compreender e apreciar as diferenças. Do ponto de vista acadêmico, a educação inclusiva promove melhoria no aprendizado dos alunos, além de capacitá-los para a vida adulta e o mercado de trabalho.

Educação Inclusiva

No Ramacrisna as ações de inclusão não se limitam às crianças, elas são trabalhadas em todas as fases da vida do indivíduo, isso também vale para os seus colaboradores e aprendizes – que compõem o programa Adolescente Aprendiz. 

Matheus Resende é aluno do programa Adolescente Aprendiz. Há cerca de um ano, ele recebeu o diagnóstico de TEA, quando estava se inserindo no mercado de trabalho. Aos 16 anos, ele sentiu medo e insegurança, mas também alívio e respostas para buscar acompanhamento.

“Entender a minha condição me ajudou a traçar meios para lidar com os obstáculos que surgem no dia a dia. Sempre tive como propósito que uma limitação não te define. O que te define é a forma como você passa por cima dessa limitação e o Instituto Ramacrisna me ofereceu todo o apoio necessário para eu entender e me adaptar ao meu diagnóstico. Nunca senti que eu sou diferente. Aqui parece que eu estou em casa!”, conta.

A aluna do curso Design de Sobrancelha Maria Vani tem autismo nível 1. Para ela, o Ramacrisna oferece o acolhimento que ela precisa. “É importante as pessoas entenderem que não faz diferença a sua condição. Eu sou autista nível 1, então a minha dependência é mais emocional, dependo das pessoas ao meu entorno, se elas estão me tratando bem, com amor, com carinho, e eu fui muito bem tratada e acolhida aqui”, aponta. 

Mas não é só isso. Recentemente, por meio do Projeto CASA, o Instituto iniciou um grupo dedicado à preparação de pais e cuidadores de crianças com TEA. De forma totalmente gratuita, a iniciativa atende às demandas da comunidade, que buscava apoio no Ramacrisna para melhor cuidado das crianças com TEA. O grupo junta informação e acolhimento para as famílias. As atividades se baseiam nas vivências de pais atípicos e em técnicas das psicólogas que atuam no Instituto.

No grupo, Ana Paula Reinaldo, mãe atípica há 17 anos, encontrou o apoio que buscava há muito tempo. “Descobri que o meu filho tinha TEA quando ele tinha quatro anos e, na época, eu não sabia o que era. Hoje, temos a chance de saber, estudar e ajudar outras famílias que também precisam”, conta.

Além da orientação dos profissionais que compõem a equipe, o curso oferece material de suporte para consulta e aborda desde conceitos básicos sobre o autismo até questões relacionadas a comorbidades, como síndromes genéticas. O sucesso do treinamento, a princípio temporário, foi tão grande que os participantes solicitaram sua continuidade. 

Para manter esses e outros projetos e continuar fazendo a diferença na vida de milhões de pessoas, precisamos da sua colaboração. Entre em contato e faça parte dessa corrente do bem.

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