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Celular, tablet, videogame, redes sociais. Esses itens já fazem parte da rotina de milhões de crianças e adolescentes no Brasil. Com essa presença tão marcante, surge uma dúvida cada vez mais comum entre pais e educadores: a tecnologia é uma vilã ou uma aliada no desenvolvimento infantil?
O debate ficou ainda mais intenso com a aprovação da Lei Federal nº 15.100, que proíbe o uso de celulares por estudantes durante o período de aula. A intenção é clara: reduzir as distrações e melhorar o rendimento escolar. Mas será que apenas proibir resolve? E o mais importante: quais são os reais efeitos da tecnologia na infância?
A tecnologia, quando utilizada de forma descontrolada ou sem orientação, pode sim causar prejuízos importantes no desenvolvimento infantil. Veja alguns dos principais riscos:
Déficit de atenção e dificuldades de concentração: a exposição prolongada a estímulos rápidos e constantes, como vídeos curtos ou jogos com recompensas imediatas, pode dificultar o foco em tarefas mais longas, como leitura e escrita.
Isolamento social: o excesso de tempo em redes sociais e jogos online pode afastar as crianças do convívio com a família e os amigos, prejudicando a capacidade de socialização fora do ambiente virtual.
Sono prejudicado e sedentarismo: a luz azul das telas pode interferir na qualidade do sono, e o tempo gasto em frente aos dispositivos reduz o tempo dedicado a atividades físicas e brincadeiras ao ar livre.
Problemas emocionais: o uso descontrolado da tecnologia pode contribuir para ansiedade, irritabilidade e dificuldade de lidar com frustrações.
Após observar esses impactos negativos, muitos educadores e famílias buscam formas de equilibrar o uso da tecnologia no cotidiano das crianças. Segundo a psicóloga Jéssica Tauane, do Instituto Ramacrisna, a solução está na mediação consciente, não na proibição abrupta.
“É comum observar comportamentos impulsivos quando o uso dos aparelhos é interrompido sem preparo. Isso acontece porque o córtex pré-frontal, responsável por controlar emoções e planejar ações, ainda está em desenvolvimento nessa fase da vida”, explica.
“O uso saudável da tecnologia passa pela orientação dos adultos. Quando bem conduzido, esse processo ajuda a criança a desenvolver autonomia, foco e equilíbrio emocional. Momentos de diálogo, atividades em grupo e projetos escolares são fundamentais para resgatar a convivência e fortalecer os vínculos sociais”, completa.
Por outro lado, a tecnologia também pode ser uma grande aliada da educação e do desenvolvimento, quando utilizada com equilíbrio e intenção. Confira os pontos positivos:
Acesso ao conhecimento: com o uso de ferramentas digitais, os estudantes podem acessar conteúdos de qualidade, explorar novos assuntos e aprofundar temas de interesse de forma interativa.
Estímulo à criatividade e à resolução de problemas: atividades como robótica, programação e design digital incentivam o raciocínio lógico, a inovação e o trabalho em equipe.
Inclusão digital e preparação para o futuro: aprender a utilizar a tecnologia de forma consciente desde cedo ajuda a preparar os jovens para os desafios do mercado de trabalho e da vida em sociedade.
Ensino mais dinâmico: recursos como lousas digitais, jogos educativos e plataformas online tornam as aulas mais atrativas e ajudam na fixação dos conteúdos.
No Instituto Ramacrisna, a resposta tem sido combinar limites claros com o uso qualificado da tecnologia. Desde 2023, o Centro de Apoio Educacional Ramacrisna (CAER) adotou a proibição do uso de celulares em sala de aula. A medida trouxe ganhos concretos. “Desde que implantamos a regra, os alunos passaram a ter mais foco e a interagir mais entre si. O ambiente ficou mais leve e o rendimento melhorou”, conta Marcileide Rodrigues, psicanalista e coordenadora do CAER.
Ao mesmo tempo, o Instituto investe em tecnologia como ferramenta pedagógica, de forma orientada e monitorada. Os alunos têm acesso a:
Outro destaque é o FabLab Ramacrisna, um laboratório de fabricação digital com impressoras 3D, cortadoras a laser, óculos de realidade virtual, robôs e softwares de design. No espaço, os estudantes aprendem a usar a tecnologia para resolver problemas reais, com criatividade e espírito inovador.
A tecnologia, quando usada com responsabilidade e moderação, pode ser uma grande aliada da educação. No Instituto Ramacrisna, a combinação entre limites claros e acesso qualificado a recursos digitais mostra que é possível transformar a tecnologia na infância em uma ferramenta de inclusão, aprendizado e desenvolvimento.
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