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18 de maio de 2022

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O que é o Maio Laranja?

O mês é dedicado ao enfrentamento ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Conheça a história do Maio Laranja e as consequências dessas violências para as vítimas.

Você sabia que, a cada ano, 500 mil crianças e adolescentes são explorados sexualmente no nosso país? Essa dura realidade ainda persiste em 2023. Para tentar coibir esse tipo de violência e conscientizar a sociedade da dimensão do problema, foi criada a campanha Maio Laranja.

Para conhecer a história a as ações que estão sendo tomadas, siga a leitura

Maio Laranja: como surgiu?

Em 18 de maio de 1973, uma menina de oito anos, chamada Araceli, foi sequestrada, drogada, violentada sexualmente e assassinada, em Vitória, no Espírito Santo. Mas, em 1991, os três réus acusados foram absolvidos e o crime permanece sem culpados até hoje.

Diante da absolvição, militantes e entidades se mobilizaram para a criação do Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual e Comercial de Crianças e Adolescentes. A data sugerida foi 18 de maio, dia do assassinato de Araceli. Mas foi somente em 2000, com a aprovação da Lei Federal 9.970/2000, que o dia tornou-se oficial em todo o país.

Assim, surge então a Campanha Faça Bonito – Proteja Nossas Crianças e Adolescentes, que tem como objetivo mostrar à sociedade que a causa é um compromisso coletivo.  Por isso, é preciso cuidar para que a população infanto-juvenil tenha uma vida plena e com a garantia do direito ao desenvolvimento sexual saudável, sem violência.

O símbolo da campanha é a gérbera, uma flor de cor laranja.  A planta foi escolhida por ser muito popular no país e pela sua fragilidade e vulnerabilidade. Desde então, não só um dia, mas todo o mês de maio passou a ser simbólico na luta contra essa realidade. Desse modo, em todos os anos, são feitas ações ao longo do mês, que passou a ser conhecido como: Maio Laranja. 

Uma realidade no Brasil

Segundo a ONG Maio Laranja, a  cada hora, 3 crianças são abusadas no Brasil. Entre as vítimas, mais da metade, cerca de 51%, tem entre 1 a 5 anos de idade. Assim, por ano, mais de meio milhão de crianças e adolescentes são explorados sexualmente no país. Além disso, acredita-se haver uma forte subnotificação dos casos: a expectativa é que somente 7,5% dos casos sejam denunciados. Ou seja, o número de abusos é bem maior.

E, ao contrário do que possa parecer, a maior parte dos casos de exploração sexual de crianças e adolescentes, 52%, acontecem dentro de casa. De acordo com especialistas, as vítimas desse tipo de violência se tornam adultos que se sentem extremamente constrangidos e angustiados em diversas situações.

Para identificar possíveis casos de violência, é importante manter um diálogo aberto entre as crianças e seus progenitores. Isso porque uma boa relação ajuda que pais e responsáveis percebam possíveis casos em que a criança se torna envergonhada com o próprio corpo, por exemplo. 

Este é um dos sintomas mais comuns. Assim atenção, se a criança mudar seus hábitos e passar a ter vergonha de mostrar ou ver o próprio corpo é um sinal de alerta para pais ou responsáveis.

Consequências da exploração sexual

Diversos autores apontam que o abuso sexual leva a consequências para crianças e adolescentes, que podem afetá-los por toda a vida. 

Em curto prazo, ocorrem alterações como:

  • pesadelos e problemas com o sono;
  • mudanças de hábitos alimentares;
  • perda do controle de esfíncteres;
  • consumo de drogas e álcool;
  • fugas;
  • condutas suicidas ou de automutilação; 
  • hiperatividade;
  • diminuição do rendimento escolar;
  • medo generalizado;
  • agressividade;
  • culpa e vergonha;
  • isolamento;
  • baixa autoestima; 
  • rejeição ao próprio corpo;
  • conhecimento sexual precoce e impróprio para a sua idade;
  • masturbação compulsiva;
  • exibicionismo;
  • problemas de identidade sexual;
  • déficit em habilidades sociais;
  • retração social; 
  • comportamentos antissociais. 

Algumas consequências podem permanecer ao longo do tempo, tornando- se, em alguns casos, patologias graves. São várias as sequelas presentes na vítima que sofre abuso sexual. É uma violência física e psicológica, uma marca presente a cada dia e que, na maioria das vezes, não se apaga. São elas, por exemplo: 

  • dores crônicas gerais, hipocondria ou transtornos psicossomáticos;
  • alterações do sono e pesadelos constantes; 
  • problemas gastrointestinais ou desordem alimentar,
  • tentativa de suicídio;
  • consumo de drogas e álcool.
  • transtorno de identidade;
  • depressão, ansiedade e baixa autoestima; 
  • dificuldade para expressar sentimentos;
  • fobias sexuais;
  • disfunções sexuais;
  • falta de satisfação ou incapacidade para o orgasmo;
  • alterações da motivação sexual;
  •  problemas de relação interpessoal;
  • dificuldades de vínculo afetivo com os filhos. 

Maio Laranja: o Ramacrisna apoia essa iniciativa

No Instituto Ramacrisna, crianças, adolescentes, pais e responsáveis encontram um espaço de acolhimento e escuta para os casos de suspeitas e vítimas de violência sexual. Os adolescentes que fazem parte do projeto de Aprendizagem contam com o “Se Cuida Jovem”, que realiza atendimentos psicológicos em parceria com a faculdade Pitágoras.

Além disso, realizamos campanhas educativas para que as famílias se sintam seguras para compartilhar os casos e compreender que a culpa nunca é da vítima.

Você pode nos ajudar a acolher e fazer diferença na vida das pessoas. Entre em contato e saiba como fazer parte da nossa corrente do bem. 

 

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