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10 de agosto de 2021

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De aluno da Orquestra Jovem Ramacrisna a músico profissional: conheça a trajetória de Davi Sassaki

Foi a contragosto que Davi Sassaki ingressou na Orquestra Jovem Ramacrisna, quando tinha 10 anos, em 2011. É que a avó Maria José, a Zezé, trabalhava no Instituto e fez a matrícula do menino para acompanhar as primas Iara e Alice nas aulas de música. Mas, ao ouvir o som do oboé, tudo mudou e a vontade de fazer parte da Orquestra surgiu.

Em comemoração aos 16 anos da Orquestra Jovem Ramacrisna, você confere essa história de amor pela música e como ela mudou a vida de Davi.

Decisão de carreira 

Se, na época da matrícula, Davi foi contra a iniciativa da avó, hoje ele agradece que ela tenha intervindo: Após sete anos sendo aluno da Orquestra Jovem Ramacrisna, Davi decidiu se tornar um músico profissional e se inscreveu no vestibular de Bacharelado em Música na UFMG.

Até 2018, quando Davi chegou ao terceiro ano do Ensino Médio, o seu objetivo era emendar a escola com a graduação. O curso ele ainda não tinha decidido, mas o favorito era medicina. Mas o professor Alexandre Barros, que acompanha os músicos nos instrumentos de sopro, foi o responsável pela mudança de planos.

“Desde que eu era criança, ele via um talento em mim e foi me moldando. E o modo como ele tocou o oboé sempre foi o que eu quis alcançar”, lembra Davi. 

Mas a decisão veio mesmo no final do Ensino Médio, quando o mestre mostrou que as chances de remuneração de um músico profissional podem superar as de um médico. Foi o passo que faltava para que ele se decidisse pela música. Com a nota do Enem em mãos, era hora de estudar para as provas teórica e prática do vestibular da UFMG.

Preparação na Orquestra Jovem Ramacrisna 

O tempo entre o resultado da primeira etapa de seleção (a nota do Enem) e as provas específicas foi pequeno e o conteúdo de estudo grande demais. Mas o conhecimento que Davi adquiriu na Orquestra Jovem Ramacrisna fez com que essa equação tivesse resultado positivo. E, em 2019, aos 17 anos, Davi Sassaki ficou na primeira colocação no vestibular.

Davi ressalta que só conseguiu se tornar um aluno da UFMG por causa da Orquestra. “A gente sabe a diferença entre um lugar que realmente ensina e os que não. Muitos dos meus colegas aprenderam a tocar em igrejas. Eu não: aprendi em uma orquestra de verdade. Eu aprendi as técnicas e a música clássica e, desde cedo, tive contato com as responsabilidades que um músico deve ter”, destaca.

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Antes da Orquestra

Davi em apresentação da Orquestra Jovem Ramacrisna

Davi conta que não sabia nada de música quando entrou na Orquestra Jovem Ramacrisna. Para se ter uma ideia, ele nem conhecia o oboé, que hoje é sua especialidade. E a forma como aprendeu foi tão natural que ele nem tem uma memória clara das primeiras lições.

E o Davi músico que era só um sonho da avó logo se tornou motivo de orgulho. E não só para dona Zezé: “O reconhecimento e a energia do público é gratificante demais. E isso acontecia comigo no Ramacrisna e eu entendi que eu ia viver das palmas. O Instituto sempre teve esse espírito acolhedor: desde os presidentes até as tias da cozinha, todos me incentivavam. Eu sentia que todo mundo queria que eu progredisse. Eu tenho orgulho de falar que passei pelo Ramacrisna.”, declara.

Planos para o futuro

E o menino, que sempre foi o mascote da sua geração na Orquestra Jovem, tem o sonho de integrar uma orquestra profissional e quer ser o primeiro oboísta da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. 

“A gente cria uma ilusão muito grande com as faculdades mais tradicionais, mas a música pode trazer mais e exige muito estudo e dedicação. Tem que estudar muito, ter muita dedicação e muita disciplina. Minha infância foi assim e me ajudou a criar responsabilidade desde cedo. O Ramacrisna me abriu várias portas”, conclui lembrando que os primeiros passos na música vão inspirá-lo por toda a carreira.

Sobre a Orquestra Jovem Ramacrisna

Criada em 2005, a Orquestra tem o objetivo de trazer para crianças e jovens entre 9 e 25 anos a beleza do universo da música clássica. Com o projeto, 73 músicos participam de aulas teóricas e práticas em instrumentos de cordas e sopro.  Os jovens músicos são regidos pelo Maestro Eliseu Barros e também participam de aulas dos professores da família Barros: Alexandre no sopro, Elias no violino e William em teoria musical, baixo e violoncelo. Desde 2013, a Orquestra realiza anualmente o Festival de Música da Primavera, com oficinas e apresentações para a comunidade de Betim.

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